12 de agosto de 2010

Doce pesadelo

Capitulo XXVII - Saudades


Pietro


Pra mim esperar pelo avião foi mais agonizante que qualquer coisa, a cada minuto que passava tinha mais medo de que não desse tempo para salvá-la, e se já fosse tarde de mais? Não quero nem cogitar essa hipótese, daria tempo, tinha que dar. Tinha que encontrá-la respirando, com sangue correndo por suas veias mesmo que seja uma dor ficar perto dela prefiro mil vezes ser torturado até a morte pelo seu sangue do que nunca ter a possibilidade de ser.
Pensei que quando eu estivesse dentro do avião, minha agonia diminuiria ao menos um pouco, mas na verdade só a fez aumentar, tive que lembrar a mim mesmo várias vezes que voar é mais rápido que correr. Minha paciência estava aos limites, estou com pena dá próxima aeromoça que vier me perguntar se eu quero alguma coisa, sinceramente estou duvidando que eu possa me controlar.
Comecei a pensar no por que disso tudo estar acontecendo comigo? Existe uma razão pras coisas acontecerem, existe um destino? Ou é tudo por acaso, nós fazemos nosso destino? Eu estar onde me encontro agora, não sei se poderia dizer que é o acaso ou o destino, pois eu não tenho escolha me vejo obrigado a salvá-la custe o que custar, pois a amo como nunca amei ninguém. Pensando por outro lado eu teria uma escolha que me deixaria em um beco sem saída no qual eu escolheria a primeira opção sem nem pensar. Ou eu a salvaria ou morreria. Poderia também acontecer os dois, o que era mais provável, mas antes eu a salvaria, sempre a salvaria, morreria tentando, mas ela sempre estaria salva.
O avião aterrissou em Florença, agora era só correr pra Volterra e lá eu penso em que vou fazer. A minha primeira opção seria invadir o castelo dos Volturi. Eu sei que isso é meio Emmet, mas não consigo pensar em mais nada. Essa é a tão famosa hora do desespero onde mesmo quando você sabe que o que você fará vai dar errado você age por impulso e faz. Ultrapassei facilmente todas as pessoas dentro do avião ouvindo alguns pensamentos nada educados e outras pessoas reclamando em voz alta mesmo pra que eu pudesse ouvir.
Quando estava saindo pelo portão de embarque o mais rápido que eu podia ir, meu celular toca, quem será a bendita pessoa que resolve me ligar à uma hora dessas? Pensei na quase que no mesmo instante não atender, estava demasiadamente apressado. Mas e se fosse uma ligação de Alice? Ela em fim teria visto alguma coisa que pudesse me ajudar? Afinal pra alguém estar ligando sabendo onde estou, deve ser importante. Peguei o celular e vi que o número era desconhecido. Atendi de uma vez antes que parasse de tocar.
- Alô.- Disse de uma vez.
- Pietro.- Disse uma voz fraca, chorosa e feliz ao mesmo tempo. Eu sabia de quem era aquela voz. Meu coração morto estava me dizendo isso parece que de 0 batidas por minuto ele começou a bater a 100 ou melhor 1000, deus sabe o quanto esperei pra ouvir aquela voz de novo, mas eu não queria só ouvi-la, queria vê-la, tocá-la, se estava machucada, precisava sentir seu cheiro puro e doce de novo.
- Melanie você está bem, onde você está?- Disse rápido demais, não sei se ela conseguiu me entender.
- Estou bem.- Algo na sua voz me dizia que não.- Onde você está?- Tudo bem que eu perguntei primeiro, mas agora não é hora pra isso.
- Acabei de aterrissar em Florença, vim te buscar.- Disse autoritário, a essa altura do campeonato eu já não queria saber de nada.
- Está aqui! Na Itália?!- Ela perguntou assustada e nervosa.- Por que veio, não podia, em que lugar você está exatamente, você veio sozinho?!- Não entendi o porque do nervosismo, mas isso agora não era importante.
- Sim estou aqui, vim porque eu te amo e não vou deixar que aqueles sanguinários filhos de uma péssima mãe te transformem, claro que eu podia, acabei de descer do avião estou ainda no aeroporto e sim vim sozinho.- Respondi suas várias perguntas de uma só vez e devagar pra vê se ela entendia. Primeiro o celular ficou mudo pareci que não tinha ninguém a não ser pela sua respiração, comecei a ficar mais preocupado do que já estava, porém, assim que eu ia falar alguma coisa ela me interrompeu.
- Você me ama.- Ela afirmou devagar mais pra si mesma do que pra mim. Só agora fui me tocar que era a primeiras vez que dizia isso com as palavras exatas e sinceramente adorei fazê-lo.
- Amo- Repeti pra que ela entendesse.
- Não devia.- Ela me repreendeu quase chorando, aquelas palavras me machucaram mas apesar disso meu sentimento continuava forte, mesmo que ela me odiasse profundamente, ainda sim eu continuaria a amá-la do mesmo jeito.
- Mais amo.- Disse quase sussurrando, mais ela me ouviu eu tenha certeza, ficamos em silencio por um momento depois eu decidi falar.- Onde você está?- Perguntei logo o que eu queria mais saber.
- Também estou no aeroporto, indo pra casa.- Mal deixei ela terminar, ela estava tão perto de mim, ia vê-la imediatamente.
- Em que lugar do aeroporto, vou estou indo agora mesmo.- Minha voz parecia urgente e louca de saudades.
- Calma, presta atenção, eu não sei se eles ainda estão aqui me vigiando.- Ai que minha raiva subiu mesmo, eu não ia deixar que eles me impedissem de vê-la, não mesmo.
- Eu não estou nem ai pra aqueles idiotas, quero te ver e quero agora.- Será que ela não conseguia entender que eu já estava ficando louco?!
- Eu também que te ver, mas quer me escutar por favor, não é seguro pra nós, pra minha tia, por favor, por mim apenas me escute, prometo que nos veremos em menos de uma hora. Sei que parece muito, é muito pra mim também mas garanto que é melhor.- Não tinha como negar seu pedido tão desesperador, apenas tive que concordar. Sim uma hora era quase a eternidade pra mim, mas pelo menos é melhor que nunca.
- Está bem.- Assenti, já com pressa pra ouvir o que ela tinha pra dizer.
- Vá para o balcão de embarque, e compre a passagem para o vôo noturno de 00:20 pra New York com conexão pra Seatlle,- Conforme ela ia dizendo eu ia fazendo sem demora, dessa vez foi fácil conseguir uma passagem, levou menos de 10 minutos o vôo ia sair em um hora exata segui pra o portão de embarque.- Assim que você entrar, sente-se e não venha até mim se possível, fique o mais longe que puder como eu disse podem estar me observando, sei que não podem me ouvir pois se não minha tia já teria sentido a presença deles, mais ver eu não garanto então por favor isso vai ser tão difícil pra mim do que pra você, mas mantenha distancia.
- Está bem, mas acredite não imagina mesmo o quão difícil isso vai ser pra mim.- Com certeza ela não sabia o que é ficar horas atrás de uma pessoa desesperadamente sem saber se ela está bem, e depois só olhá-la de longe sem poder abraçá-la. Isso era demais.
- Imagino.- Ela me contradisse mais eu não queria discutir por bobagem.
- Eu te amo.- Eu disse antes de desligar.
- Eu também.- Ela falou fraquinho mas deu pra ouvir, aquelas pequenas palavras me fizeram mais feliz do que tudo, apesar das circunstâncias.
Assim que entrei na sala de embarque, eu a vi linda como sempre ao lado de uma vampira que presumir ser sua tia, mais nem reparei muito pois meus olhos só focavam Melanie, meus sentidos só diziam Melanie, meu coração que já parecia estar batendo a mil por hora foi pra dez mil, senti o dela acelerar e bater muito rápido quando me viu. Ai que vontade louca de correr esse saguão inteiro e tomá-la em meus braços pra protegê-la de tudo e amá-la também, não estava me agüentando, faltava muito pouco pra quebrar minha promessa. Não tirei os olhos um minuto sequer dos olhos dela, nem ela dos meus. Apenas ficávamos nos encarando cheios saudades. Claro que tinham as explicações mais essas ficam pra depois há coisas mais importantes a fazer. Lembrei a sensação que tive em esperar o avião mais cedo. Isso era mil vezes pior. Ate que finalmente a hora de embarcar chegou.

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