12 de agosto de 2010

Doce pesadelo

Capitulo XXVI - Lobos em pele de Cordeiros.






”Oh lúgubre e catastrófica antítese da vida
covarde e traiçoeira que persegue a sorte
tu não me assusta com teu nome de morte
nem me amedronta com a certeza da tua vinda.


Mas amedrontado eu estaria, com medo pela vida
de quem não merece a morte?”


Sabe quando nosso instinto de proteção começa a gritar pra você, PERIGO! E você quer fugir mas não tem pra onde correr, quer gritar mas não tem quem te ouça, quer até morrer mas sabe que não vai ser tão fácil pois vem a tortura antes. Aprendi comigo mesma a não temer a morte, não temer pela minha vida e só esperar pra que um dia a minha hora chegasse . É como ter uma doença terminal, onde a única coisa que você pode fazer é esperar pelo inevitável momento de partir.
Mas e se de uma hora pra outra a sua existência começasse a fazer sentido? E se a sua ida pra nunca mais voltar fosse causar o sofrimento e até mesmo a morte de quem você mais ama? Continuaria com o mesmo pensamento sobre a sua vida?
Fui tirada dos meus pensamentos por mais uma das perguntas que Aro me fazia, não entendia o que ele estava querendo com aquela conversa, ou melhor, não estava querendo entender.
- Sabiam que eles estavam lá?- Aquilo parecia mais um interrogatório.
- Não, não fazia idéia.
- Deve ter sido pura coincidência então, não é Anita?- Aro mandou uma indireta bem direta pra minha tia.
- Coisas do destino, ele nos apronta quando menos esperamos.- Respondeu minha tia indiferente a pequena ameaça de Aro.
- Soube também que a família aumentou desde a ultima vez que os vi, um novo vampiro, conhece Melanie?- Agonia, dor, medo, desespero... eram essas e mais algumas às emoções que me atingiram de uma só vez. O meu maior medo tinha acontecido, ele sabia sobre Pietro. Tentei disfarçar meu total desconforto com aquela pergunta, mas acho que foi em vão.
- Devo conhecer, mas não sei te dizer quem é pois não sou tão intima deles pra saber esse tipo de coisa.- Até que pra uma humana, acho que menti bem pois pra quem quer passar a imagem de que quase não fala com eles, eu realmente não deveria saber.
- Humm..- Aro ficou pensativo, certamente duvidando da minha resposta.
- O que tem contra os Cullens?- Apesar de já saber a resposta, queria ouvir dá própria boca de Aro, ver se ele tinha coragem de falar.
- Nada de mais minha querida, os Cullens são queridos amigos, é normal amigos quererem saber sobre outros amigos.- Mentiroso descarado, é a mesma coisa que falar que o dia 30 de fevereiro existe.- Apenas tivemos um pequeno desentendimento no passado, mas nada não passou de um mal entendido, informações erradas só isso.-Sei, mal entendido que quase matou a todos.
Aro continuou pensativo, estava tramando alguma coisa. Olhei pros lados afim de focar meu nervosismo pra outro lado. Reparei que Alec e Jane tinham saído da sala e só Demetri, Felix e uma outra vampira ainda estavam aqui. Eu estava reconhecendo aquela vampira de algum lugar. Com certeza eu já havia visto ela aqui mais não assim. Procurei nas minhas lembranças por ela mas a única coisa que a lembrava era a recepcionista que na época era humana. Mas é claro só podia ser a recepcionista, só que agora ela é vampira. Eu não sei se fico feliz por ela não ter virado lanche dos Volturi ou se dou os pêsames por ela ter que morar com os mesmos. Fique a analisando de um modo que poderia até ser deseducado mas fazer o que, eu estava curiosa. Até que eu vi uma coisa que realmente me chamou atenção, quase arregalei o olho e deixei minha boca cair. “Calma Melanie, calma..” Falei pra mim mesma, você só pode estar ficando louca. Não, não era loucura, eu ainda não havia chegado nesse estágio, ela estava usando um anel com o mesmo emblema do colar que Pietro usa, o mesmo “M”, com os mesmos detalhas. Tudo bem que ela estava um pouco longe, mas era o mesmo eu tinha certeza absoluta. O que ela seria dele? Como ela podia ter o anel com o mesmo emblema? Qual a chance de uma coisa dessas acontecer, uma em um milhão? Mil perguntas surgiram na minha cabeça naquele momento e o que eu mais queria era obter respostas, afinal o passado dele não é tão escuro assim, alguma coisa aquela vampira sabe.
Depois de uns minutos se passando, Aro novamente se dirige a mim.
- Melanie, acho que está na hora de você mudar de cidade, já que não quer vir morar conosco agora.- O que? Mas porque? Ta tudo bem eu já sei porque não sou idiota, mas é inevitável se fazer essa pergunta quando o desespero bate a porta. Só que eu não ia facilitar isso pra ele.
- Mas porque se você mesmo disse que não tinha nada contra os Cullens?- Me fingi de desentendida.
- Só quero me prevenir querida Melanie amigos não são sempre amigos.- Respondeu ele me olhando com cinismo.- Mas com certeza não vai haver nenhum problema pra você já que você mesma disse que não fala muito com eles.
- Então você tem algo contra eles.-Rebati
- Então é mais amiga deles do que aparenta ser.
-É ótimo fazer novos amigos.- Aquela conversa parecia um jogo de ping- pong, só que muito pior e perigoso, pelo menos pra mim.
- Tenha cuidado com o que fala menina, ou posso voltar atrás no nosso acordo sem dó nem piedade.- As máscaras estavam começando a cair, contra aquela afirmação eu não tinha nem palavras, não poria a vida da minha tia e dos meus primos em risco nunca, eu já tinha ido longe de mais. Apenas fiquei quieta respirando fundo pra controlar a minha vontade de gritar “Monstro!” bem alto.
- A escolha de se mudar fica em suas mãos, só estou te avisando que seria melhor pra você e pra eles... Se não se aproximassem.- Ah! Não! Já não basta me chantagear com a minha família agora a vida dos Cullens depende de mim também?- Que fique bem claro que eu deixei avisado.- Não tive outra escolha a não ser concordar, não poria ainda mais Pietro em risco.
- Sim.- Foi muito difícil não chorar ali, a única pergunta que agente se faz é Por quê? São lobos em pele de cordeiro e eu estava fadada a ser um deles.
- Acompanhem elas até a saída, a nossa conversa termina aqui.- Aro fez sinal pra Felix e Demetri nos acompanharem e foi tudo igual a 5 anos atrás. Nem quis olhar mais, só acordei quando já tinha saído de Volterra.

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