12 de agosto de 2010

Doce pesadelo

Capitulo XII- Christine e Rauol.


Na hora do intervalo ela estava sozinha na mesa olhando a chuva cair, era uma chuva fina e ela parecia estar apreciando uma paisagem rara. Decidi ir até lá. Ela não parecia notar que eu estava me aproximando e só olhou pra mim quando me sentei do lado dela.
- Posso?- Perguntei.
- Já esta né.- Disse ela tentando parecer incomodada com a minha presença e voltou a olhar a chuva.
- Não vai comer?- Perguntei, a bandeja dela estava cheia de comida.
- Estou sem fome.- Respondeu.
- Então pra que pegou tanta comida?
- Não sei, pensei que teria vontade de comer quando eu senta-se.- Ficamos um tempo em silencio até que ela resolveu quebrá-lo.- Gosta da chuva?
- Não tenho nada contra.
- Gosta ou não gosta?
- Não tenho motivos para não gostar, então suponho que gosto. E você?
- Tenho inveja.- E agora por que se teria inveja de uma chuva.
- E por quê?
- Por que ela pode nascer de novo.- Respondeu ela.
- Não basta viver uma vez?
- Não quando a vida é desperdiçada, poderíamos nascer de novo pra fazer certo.- Refleti um pouco no que ela disse estava tentando assimilar aquilo a ela.
- Mas é com os erros que aprendemos.
- Tem alguns que não se pode voltar atrás, alguns erros não se pode esquecer vão estar com você pra sempre.
- Você errou tão feio assim aponto de não poder esquecer?- Perguntei tentando encontrar alguma brecha. Logo ela ficou um pouco vermelha e pensativa não sabia o que dizer.
- Não, eu só estou refletindo, é que eu sei lá só fiquei observando a chuva e pensei nisso.- Achei a minha brecha, algo tinha acontecido.
- Seja o que for você é jovem, não a nada que o tempo não cure acredite, sei disso melhor do que ninguém.
- Você tem razão, não a nada que o tempo não cure.- Respondeu ela saindo do seu devaneio.
O sinal tocou e todos estavam indo pra suas salas, menos ela ainda continuou sentada.
- Você não vai pra aula?- Perguntei.
- Não. - Respondeu.
- Bom, se você não se importa eu vou. - Disse me levantando.
- Vai vir amanhã?- Perguntou ela ainda olhando pra janela.
- Sim por que não viria?
- Pelo mesmo motivo que você não veio ontem.- Ela olhou pra mim de um modo que não tinha como resistir, nem que se o alguém estivesse morrendo eu iria faltar amanhã.
- Garanto que estarei presente, alem do mais, temos um trabalho a fazer e eu cumpro com os meus deveres.
- Então, até amanhã. - Ela olhou pra mim se levantando também, ficamos de frente pro outro por uns minutos sem dizer nada. Ela era muito linda pra uma humana, por uns segundos tive o impulso de beijá-la fiquei muito perto e ela não se afastou parecia estar esperando por aquilo e seu cheiro estava cada vez mais forte e irresistível, dentro de mim se iniciava um conflito a minha vontade de beijá-la contra o meu medo de perder o controle e matá-la. Por fim meu medo venceu e eu resolvi quebrar o silencio :
- Até amanhã. – Eu disse.
- Bom é melhor você ir se não, não vão te deixar mais entrar.- Ela disse se afastando um pouco pra pegar sua mochila.
- É.- Fui em direção a minha sala e ela pro estacionamento.
De repente me bateu uma curiosidade sobre o que ela ia fazer, era estranho estar com ela pois ela me fazia esquecer tudo, simplesmente o tempo passava rápido de mais e eu acabava esquecendo de que ela sabia o que eu era e que eu tinha que descobrir como ela sabia, então resolvi que ia segui-la.
Fiquei escondido dentro da escola observando ela ir pro estacionamento. Entrou na sua picape – Que por sinal era grande de mais pra uma garota como ela que não é grande.- E saiu do estacionamento. Sai da escola e fui pra floresta e corri perto da estrada de um modo que dava pra ver o carro dela. Ela continuou na pista por uns dez minutos depois pegou uma saída que levava mais pra dentro da floresta, entrou com o carro em uma trilha que leva-vá a uma subida e parou a picape em cima de um morro bem alto que no topo era um pouco reto mais voltava a se inclinar pra baixo e dava numa inclinação bem íngreme de frente a um lago bem grande geralmente pescadores iam ali é um lugar ótimo pra pescar.
Ela saiu do carro e ficou apoiada no capô ainda estava chovendo ficou assim durante uns 5 minutos depois começou a cantar:
“Diga que me ama ,
A todo momento
Encha minha mente com histórias de verão,
Diga que precisa de mim com você
Agora e sempre
Prometa-me que tudo que você diz é verdade
Isto é tudo que lhe peço”
Como ela canta bem, nunca ouvi voz mais linda em toda a minha vida. Conhecia a música, é do Fantasma da Ópera da parte em que Christine e Rauol descobrem que se amam e querem passar o resto da vida juntos. Mas ela não conseguiu terminar de cantar começou a chorar e eu me senti um imprestável vendo ela chorar e não fazer nada. Podia aparecer afinal de contas ela sabe o que sou só se faz de desentendida. Mas na hora em que decidir ir, o telefone dela tocou, rapidamente ela secou as lágrimas e atendeu.
- Oi.- Ela disse com a voz tranqüila.
- E ai como vão as coisas?- Perguntou uma voz de homem- Quem seria?
- Oi Diego, estão bem.- Respondeu ela com uma voz monótona.
- Pela sua voz não parece bem. Resolveu sua situação?
- Não se preocupe não vou morre hoje. Como está minha Tia?
- Bem, não devia ter dito aquilo Mel ela só está preocupada com você.
- Eu sei eu sou um monstro, não devia ter dito eu...- Ela não conseguiu terminar de falar começou a chorar de novo, e meu coração frio ficou mais apertado do que nunca.
- Calma Mel ela está bem não se preocupe, ei... calma, cade aquela garota chata e forte que eu conheço?
- Chata é teu passado.- Respondeu ela rindo em meio as lágrimas.
- É muito chata mesmo.- E os dois riram juntos. Quem era esse Diego? Senti um pouco de ciúmes, por que ele estava consolando ela e eu não?
- Passou tão depressa...- Afirmou ele
- É passou...
- Tem certeza que eles não podem te ajudar?- Perguntou ele.
- Tenho, já disse ninguém pode é arriscado, não vou deixar ninguém..., olha você sabe não me faça repetir por favor eu já estava conformada até o Pietro aparecer e você ainda me faz ficar lembrando..
- Quem é Pietro?- Perguntou ele um pouco animado. O que eu tinha com isso agora?
- É um dos Cullens.
- Ummm, minha priminha ta de caso com um dos Cullens?!- Afirmou ele mais do que perguntou mais que animado. Ele é primo dela, me senti aliviado quando eu ouvi isso e quando ele disse que estávamos de caso também fiquei feliz.
- Ai quer para garoto deixa de ser fofoqueiro, não temos nada e eu acho que ele nem gosta de mim pra você ficar falando essas besteiras.- Que idéia errada ela tinha a meu respeito, mal ela sabe o quanto já estou gostando dela.
- Então você gosta dele?
- Não, quer dizer não sei, quer dizer gosto, ai você está me confundindo!- Ela gosta de mim também? Aquela conversa estava ficando melhor do que nunca.
-Mel, quer parar de ser boba. Admite que gosta dele e pronto!
- Você sabe muito bem que eu não posso! E esse assunto morre aqui.- Disse ela quase gritando.
- Ta bom não esta mais aqui quem falou, só vou te dar um conselho de primo-irmão, posso?
- Fala.
- Ao menos uma vez na vida siga seu coração e não pense em mais nada. Amo você, tchau.
- Também amo você, tchau.
Ela desligou o celular e se sentou em cima do capo do carro abraçando os joelhos e olhando pra paisagem na sua frente, de novo ela começou a cantar.
“Não fale mais sobre trevas
Esqueça os seus medos
Eu estou aqui, nada pode machucá-la
Minhas palavras aquecerão e acalmarão você
Permita-me ser sua liberdade.
Permita que a luz do sol seque suas lágrimas
Eu estou aqui, com você, ao seu lado
Para guardá-la e guiá-la”
Depois ela parou de cantar e disse pra si mesma.
- Você não pode Mel!
Não entendi por que ela não podia, o que ela tanto temia? Como o primo dela sabe sobre nós? Por que ninguém podia ajudá-la? Eu estava com tantas dúvidas que nem conseguia pensar direito, mais de uma coisa eu sabia se ela gostava de mim como eu gostava dela e se ela me quisé-se, nada iria me impedir de ficar com ela, seja quem for e o que for. Depois de mais meia hora ela se levantou entrou no carro e voltou pelo mesmo caminho que fora. Eu ia voltar pra casa e falar com os outros já que eu sai sem dar nem uma explicação, deviam estar preocupados. Mas depois ia voltar e descobrir onde ela morava e também por que já não conseguia ficar mais longe dela, não depois do que eu acabei de descobrir.

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