12 de agosto de 2010

Doce pesadelo

Capítulo XIII- Revelações e Assombrações .


Melanie


Depois da ligação do Diego fiquei mais um tempo no penhasco – Amei aquele lugar, depois que eu o descobrir vou lá quase todos os dias- mas senti que a chuva ia começar a apertar então resolvi ir pra casa.Lá no penhasco fiquei pensando no quanto Pietro mexia comigo, só de lembrar do nosso quase beijo fico toda arrepiada, nunca na vida senti isso por ninguém, também eu nunca me permiti criar laços afetivos com nenhuma pessoa não queria me apegar pois já tenho meu destino traçado e quando você sabe que vai pro inferno não quer levar ninguém junto. Mas não sei por que eu estava deixando Pietro se aproximar demais, eu não podia, simplesmente não podia! Primeiro foi aquele chilique no refeitório com a família dele, segundo o trabalho de matemática- Geralmente quando os professores passam o trabalho em grupo eu peço pra fazer sozinha-, Terceiro, por que eu perguntei se ele viria amanhã? Não faço idéia, só sei que não gostaria que ele faltasse mais 3 semanas, já sinto muitas saudades... e Quarto, o nosso quase beijo, que por sinal eu queria muito o que é egoísmo da minha parte pois sei que isso causaria muita dor pra ele. Estou deixando isso ir longe demais, mas ao mesmo tempo não consigo me segurar é como se ao lado dele eu esquece-se de onde vim, quem sou, e da minha vida, esqueço completamente dela como se nenhum problema existis-se e eu só estivesse viva pra passar aqueles momentos com ele- É estranho falar assim depois de só ter tido duas conversas com ele e no mesmo dia, mas é assim que eu me sinto, ele é diferente e não só por que ele é vampiro, mas é como se ele pudesse me salvar da minha própria vida e me dar uma nova. Mas ele não pode, eu não deixaria. O preço que eu tenho que pagar por desistir é alto demais- E quando ele sai de perto de mim todas as lembranças ruins voltam e eu me pego cometendo o mesmo erro outra vez.
Pra tentar amenizar a situação eu inventei que estava me referindo a outra coisa pra evitar falar sobre vampiros, meu primeiro grande erro foi deixar ele saber que eu sei, isso só faz ele se aproximar de mim ainda mais. Mas ele não é burro e sabe que eu estou mentindo descaradamente, é até um pouco engraçado se for parar pra pensar. Sei que ele está procurando uma brecha pra tentar saber como eu sei e o bom dessa mentira é que pra voltar ao assunto eu teria que mencioná-lo, o que eu não vou fazer e ele não pode fazer isso porque é contra as regras contar aos humanos sobre vampiros. O difícil vai ser lembrar do que eu posso ou não falar, pois quando eu to com ele esqueço tudo e é bem provável que eu de com a língua nos dentes e ele ache a brecha que procura. Nota mental: “Nova missão: evitar falar com ele sobre qualquer assunto que posso lembrar, pensar, falar, comentar (e todos os verbos terminados em primeira conjugação) algo sobre vampiros”.
Quando estava na minha caminhonete indo pra casa lembrei da minha vida da reviravolta que ela tinha dado de uma hora pra outra e da injustiça que foi ter sido só eu e minha tia as únicas sobreviventes.
Era um dia que estava chovendo muito e meu pai queria por que queria sair no feriado- Ele era muito caprichoso, puxei a ele-. Estávamos felizes e rindo no carro, papai tinha contado uma piada sem graça que só pais contam estava querendo deixar a minha tia a vontade que estava atrás comigo e ela como sempre um amor de pessoa riu de todas. Mamãe sempre o advertia dizendo que estava chateando a minha tia e ela sempre dizia que não se importava.
Foi quando aconteceu. Uma das poucas coisas que me lembro é do carro sendo arrastado morro abaixo e de alguém arrancando a porta do carro e me tirando de lá. Aconteceu tão rápido, nem deu tempo de pensar, só depois de uns segundos, olho pra cima e vejo o rosto da minha tia depois eu desmaio.
No dia seguinte, acordo pensando que aquilo tudo foi um pesadelo que todos estavam bem e que Mamãe estava preparando meu café da manhã na cozinha e papai estava na sala lendo seu jornal. Levanto bem rápido e vou do jeito que estou encontrar meus pais. Vou na sala e vejo a poltrona do meu pai vazia.
- Papai!?- Eu grito, mas ninguém responde, “ele deve ter ido na garagem ver o carro” vou pra cozinha e vejo que minha mãe também não está.- Mamãe!?- Eu grito, de novo ninguém responde. Começo a me desesperar, será que aquele sonho foi real? Não consegui acreditar, corri a casa toda, fui em todos os cômodos não deixei nenhuma parte da casa de fora. Não achei ninguém. Volto pra sala e sento na poltrona do papai e começo a chorar, não estava acreditando. Quando ouço a porta da frente se abrir uma esperança nasce dentro de mim de novo, eram eles só podia ser isso! Mas quando chego lá vejo minha tia entrando com uma sacola de compras na mão, ela olhou pra mim e ficou muito triste tinha que me falar o que eu já sabia, mas ela não sabia nem por onde começar.
- Meu bem, já acordou desculpa ter te deixado sozinha demorei mais do que eu pensava.- Ela veio em minha direção mas antes que eu deixa-se ela me abraçar eu perguntei:
- Onde eles estão?
- Querida, você deve estar com fome, não comeu nada ontem foi dormir sem jantar, vem eu vou botar seu café.- Ela disse me enrolando e passando direto por mim indo pra cozinha. Eu me virei indignada por não ter recebido uma resposta e disse de novo.
- Eu não quero droga de café nenhum, onde eles estão?!- Perguntei já com lágrimas nos olhos.
- Vem meu bem, senta aqui- Ela disse puxando uma cadeira pra mim sentar e sentando na outra. Fiz o que ela pediu e esperei ela começar a falar.
- Ontem depois do almoço você foi dormir e seus pais saíram de carro pra passear, não queriam te acordar... – Ela fez uma longa pausa, eu esperei impaciente.- Estava chovendo muito. Houve um deslizamento de terra na estrada e infelizmente o carro dos seus pais estava passando na hora.
- Não...- Eu disse num sussurro quase inaudível. Não podia ser real.
- Meu bem eu sinto muito.- Ela disse de um jeito como se estivesse sofrendo junto comigo.
Não deixei ela terminar fui correndo pro meu quarto, bati a porta e me joguei na cama. Nunca chorei tanto na minha vida, passei o dia no quarto só chorando.
No dia seguinte era o enterro todos os amigos da minha família foram e minha tia ficou sempre ao meu lado. Depois fui pro apartamento da minha tia em Nova York – Nós morávamos em New Hampshire – Ia ser a minha nova casa. Era um apartamento grande e muito bonito, ela me levou até o meu quarto era grande e colorido, todas as minhas coisas já estavam lá. Pedi pra ela pra mim ficar sozinha e fui pra minha cama grande me deitei e não sai de lá o resto do dia. Na verdade fiquei no meu quarto durante uma semana sem falar nada só ia ao banheiro fazer minhas necessidades e na maioria das vezes minha tia ia levar algo no quarto pra mim comer. Lembro que naquela semana eu pensei muito. Não entendia como eu podia lembrar de coisas que não havia acontecido. Não podia ter sido só um sonho foi muito real. Eu estava naquele acidente, não sabia como mas eu estava e minha tia também. Foi quase que instantâneo o pensamento que me veio a seguir, de alguém arrancando a porta e me tirando de lá e quando olho pra ver quem foi, era minha tia depois não me lembro de mais nada mas o suficiente pra saber que tinha sido ela.
Depois também comecei a lembrar de coisas que normalmente não importaria se eu não visto o que eu vi, coisas que faziam a minha tia ser “Diferente”. Desde que ela tinha ido passar o feriado lá em casa, reparei que ela não comia, que era muito pálida seus olhos eram de um dourado bem vivo e parecia mais jovem que a minha mãe, o que não fazia sentido pois elas eram irmãs gêmeas univitelinas –Idênticas-. Já fazia 5 anos que ela não nos visitava e por muita insistência da minha mãe ela veio nesse feriado. As duas tinham 34 anos, mas minha tia parecia ter 25 26. Nunca ninguém ia dizer que ela tinha 34 e ela já tinha dois filhos Gêmeos que estavam com 17 anos,- Ela engravidou com 17 anos de um namorado quando estava na escola, os dois estavam estudando fora.- Todas essas coisas me diziam que minha tia era sim muito diferente e que ela tinha me salvado daquele acidente, não sabia como mais tinha.
Desci correndo as escadas pra encontrar com ela, estava na sala lendo um livro. E ia perguntar como ela tinha feito aquilo, mas na hora saiu uma pergunta totalmente diferente.
- Por que você não os salvou também?- Se ela me salvou também poderia ter salvado eles.
- Como?- Ela se fez de desentendida.
- No acidente estávamos lá por que você não os salvou também?- Refiz a pergunta meio irritada.
- Querida- Ela disse da forma mais doce- Você deve ter sonhado não estávamos no carro, senão também não estaríamos mais aqui.
- Não foi um sonho sei que estávamos no acidente e que você me salvou!- Disse quase gritando.
Ela levantou da cadeira abaixou pra ficar da minha altura e me abraçou. No começo eu estremeci com o seu toque, era frio e sua pele parecia mármore, mas era tão cheio de amor e carinho que eu na resisti e afundei meu rosto em seu cabelos macios a abraçando com força – Ela era tão dura que parecia que eu estava abraçando uma estatua mas na hora eu nem liguei e comecei a chorar mais ainda.
- Eu quero eles de volta.- Disse entre soluços.
- Shhh, vai ficar tudo bem minha querida.- Ela disse passando a mão em cima da minha cabeça alisando meus cabelos.- Eu estou com você e sempre vou estar. Eles foram pra um lugar melhor e sempre vão estar com você no seu coração.
- Estou com saudades.- disse ainda abraçada com ela.
- Eu Também Mel, muitas..- Ela, me abraçava com cuidado, parecia que qualquer movimento errado iria me quebrar um osso.
Depois de um mês morando com a minha tia- Ela ainda não me falava o por que de ser diferente, mas eu sabia que era , ela sempre desviava do assunto. No Começo eu achei que ela tinha super poderes, quando eu perguntei ela não me respondeu apenas sorriu. Ai minhas suspeitas foram confirmadas. Toda semana ela ficava fora uns dois dias e me deixava com uma baba. Ela dizia que ia trabalhar no seu escritório. Pra mim ela ia salvar o mundo sempre ficava espiando o noticiário pra ver se dava alguma noticia sobre algo anormal que comprovassem mais ainda minhas suspeitas mas sempre ficava frustrada por que não dava nada.- Eu conheci meus primos Diego e Gabriela que eram exatamente como ela, cor da pele, cor dos olhos, cabelo era tudo igual. Eles tinham voltado de viagem e passariam a morar com agente. No começo fiquei meio tímida mas logo me acostumei com eles e brincávamos juntos sempre. Falávamos que éramos os três mosqueteiros .
Foi assim até que eu descobri a verdade.
Sai das minhas lembranças quando cheguei em casa e estacionei o carro. Subi as escadas e entrei joguei minha mochila no sofá e fui direto pra cozinha estava morrendo de fome. Abri a geladeira e peguei um prato congelado de comida.
Quando fechei a porta tomei o maior susto da minha vida.
- Demetri! – A pessoa mais repugnante que eu jamais desejaria ver estava bem na minha frente. Com o susto deixei o prato cai e ele quebrou deixando tudo sujo.
- Parece que não está com saudades.- Disse ele rindo da minha cara.
- De você? Nem morta.- Respondi.
- Assim fico magoado.- Disse ele com sarcasmo
- Pelo visto o Dia Das Bruxas chegou mais cedo esse ano!- Disse odiando estar vendo ele.
- E ainda nem esta perto de acabar.- Disse ele chegando perto de mim tão rápido e me agarrando pelo pescoço, eu estava perdendo todo eu ar e ele não estava fazendo a mínim força. Tentava inutilmente tirar suas mão de mim, mas era como se eu estivesse empurrando um caminhão. – Você nos deve algumas explicações.

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