12 de agosto de 2010

Doce pesadelo

Capitulo XIX - Tempo Roubado.
Melanie
Eu era maluca só podia ser! Como eu pude aceitar namorar com ele, só vou estar o iludindo e incentivando uma relação que não vai durar muito tempo. Mais eu não conseguia dizer não pra ele já quando eu também queria muito, era muito difícil esconder a verdade -e eu fazia isso com todas as minhas forças- mas fazer isso era preciso e eu não queria que ele soube-se. Quando ele me beijou parecia que eu estava no paraíso e aquela sensação foi a melhor que eu já senti em toda a minha vida e eu queria mais. De uma maneira mágica ele me faz esquecer tudo e só pensar nele. Isso é péssimo pois ponho nós dois em perigo incluindo sua família e a minha. Só que como eu vou resistir?! Se meus primos queridos me apóiam, minha tia também e ele só faz tudo ficar mais difícil. Talvez se ele soubesse não me quisesse mais. Ia ser uma dor insuportável pra mim sua rejeição mas era o melhor pra todos.
Depois da aula de matemática fomos juntos pro refeitório, ele procurava sempre minha mão pra andarmos juntos e vez ou outra eu me esquivava, não por que eu não quisesse o tocar pelo ao contrário eu amava o seu toque, mais porque queria tornar mais fácil a futura separação. Ai meu deus eu sou muito retardada, acabo de iniciar meu primeiro relacionamento e já estou pensando em um modo mais fácil de me separar,Nota mental: “Tenho que me dar uma surra quando chegar em casa.” Quando estávamos entrando no refeitório ele segurou minha mão de um maneira que eu não podia mais soltar e mesmo que eu quisesse eu não soltaria. Sentamos na mesa que eu sempre costumo sentar e eu por instinto e necessidade deitei no seu ombro, decidi não pensar em mais nada, aliás eu merecia um tempo de folga e estar com ele era as férias que eu tirava da minha vida. Ele passou os braços pelas minhas costas e ficou brincando com meus cachos por um tempo, eu estava quase dormindo.
- Não vai comer nada?- Perguntou ele passando a mão pelo topo da minha cabeça me fazendo acordar.
- Ann, não sei acho que não estou com fome.- Respondi ainda com a cabeça no ombro dele, não queria sair dali por nada.
- Pra uma humana você come bem pouco.- Afirmou ele- Você não comeu nada desde que acordou, é melhor você pelo menos comer uma fruta. Não quero que desmaie porque não a alimentei direito.- Eu ri baixinho, mais o que eu podia fazer se quando estava com ele me esquecia até de comer? Eu levantei a cabeça para olhar pro seu rosto, era tão lindo e perfeito seus olhos castanhos dourados me derretiam por dentro, seu cabelo negro como a noite curto e todo arrepiado me faziam querer passar a mão ali só pra ver se era de verdade, parecia que ele tinha acabado de tomar banho pois seus cabelos sempre pareciam molhados e brilhantes.
- Está bem, mas não quero frutas, um sanduíche natural está bom.- Respondi.
- Fique ai eu pego pra você.- Ele disse já se levantando. Eu segurei sua mão pra impedi-lo.
- Não precisa, eu tenho pernas e sei andar sabia?- Ele não precisava fazer tudo por mim.
- Ótimo, então vem comigo.- Boa saída, mais eu não pude evitar de sorrir e segurar sua mão pra ir junto com ele. Ficamos abraçados na fila pra pagar e eu tentava não me lembrar do porque eu não deveria estar fazendo isso. Percebia que sua família as vezes nos olhava e eu sem querer fiquei os encarando, até que a Rosalie sustentou o olhar e eu desviei envergonhada.
- Parece que ela ainda guarda ressentimento.- Disse pra ele baixinho.
- Não ligue pra ela isso vai passar.- Ele respondeu me acalmando.
Pegamos o meu sanduíche e uma coca e fomos sentar, também reparei que todos estavam nos olhando, e por dentro amei aquela sensação.
- Sua tia vai te transformar?- Perguntou ele, alguma coisa me dizia que ele já queria me fazer aquela pergunta a algum tempo.
- Não, ela não quer que eu vire vampira. - Respondi, afinal era verdade só não ela toda.
- E você quer?- Perguntou ele ainda não satisfeito com a minha resposta.
- Não.- Isso também era uma meia verdade. Ele pareceu meio aliviado com a minha resposta e pareceu entender que eu não queria falar mais sobre o assunto. Eu também não queria deixar aquele clima chato então resolvi perguntar sobre ele.- Realmente não se lembra de nada sobre sua vida humana?
- Não, só sei que eu acordei na Italia na cidade de Florença sozinho em um beco escuro, foi muito difícil não sabia o que eu tinha me tornado, a minha sorte foi que eu encontrei um nômade que me ajudou a me controlar pra não sair caçando feito um louco, depois nos separamos quando eu já sabia me virar sozinho. Só sei que meu nome é Pietro por causa de um cordão de ouro que estava do meu lado quando acordei, nem sei meu verdadeiro sobrenome.- Respondeu ele tirando o cordão do pescoço e me mostrando, ele era simples mas parecia importante, seu nome estava escrito atrás de um medalhão pequeno e na frente estava entalhado em alto relevo um M.- O que significa esse M?- Perguntei curiosa.
- Não sei, deve ser a primeira letra do meu sobrenome ou pode não significar nada, pra falar a verdade nunca me importei em saber.- Disse ele indiferente, devolvi seu cordão e ele botou de volta no pescoço.
- Que triste não saber quem é ou de onde veio.- Disse sentindo um pouco de pena.
- Agora isso já não importa mais.- Ele passou mão no meu rosto e beijou minha testa. Isso foi como uma facada em meu coração o sentimento era de traição não comigo mais com ele. Eu peguei sua mão e beijei, ele não entendia que pra mim aquilo era um pedido de desculpas pelo que eu ia fazer ele passar.
- Não importa o que aconteça você sempre vai estar no meu coração.- Disse segurando uma lagrima. Ele segurou firme o meu rosto e disse determinado:
- Nada vai acontecer, eu prometo, não importa o que você esconda nada vai acontecer com você nem que seja a ultima coisa que eu faça.- Aquelas palavras me fizeram estremecer “ultima coisa que eu faça”, era ironia do destino ele falar isto, pois na verdade eu não deixaria nada acontecer a ele e ia ser a ultima coisa que eu faria.
- Não precisa se preocupar com nada agora.- Disse tentando acalmá-lo. Ele já ia falar algo mas eu o interrompi botando o dedo em sua boca, ele fechou os olhos e respirou fundo.
- Dói menos do que antes.- Ele disse dando um meio sorriso que me fez delirar.
- Que bom.- Respondi quebrando o espaço entre nós o beijando. Ele ficou surpreso com a minha iniciativa mas correspondeu ao beijo com a mesma intensidade que a minha, depois de um tempo ele botou as mãos no meu rosto quebrando o beijo, eu respirava ofegante mas ainda não estava completamente satisfeita, só que sabia que aquilo era difícil pra ele então me contentei com o passo grande que já tínhamos dado.
O sinal tocou e como sempre ele me levou até a sala, beijou minha mão e foi pra sua aula. Quando estava na metade da minha aula meu celular vibrou peguei pra ver o que era, tinha uma mensagem da Gabi nele.
“Me liga agora!”
Era o que dizia a mensagem. Levantei a mão e pedi para o professor pra ir beber água. Tive que insistir um pouco pra ele deixar mas no fim ele acabou cooperando. Entrei no banheiro e fui pra ultima cabine. Disquei o número da Gabriela e na primeira chamada ela atendeu.
- Por que você demorou tanto?!- Perguntou ela nervosa.
- Não é nada fácil sair da sala no meio da aula.- Respondi.
- Tá mais isso não vem ao caso.- Disse ela apressada.
- Fala logo o que aconteceu.- Já estava ficando nervosa também.
- Eles ligaram, mudança de planos, acho melhor você vir pra casa agora. - Disse ele não sabendo o que fazer.
Fiquei muda e em estado de choque, desliguei o celular não sabia o que falar. A Gabi estava me ligando de novo só que eu não queria atender. Já estava entendendo o que ia acontecer, meu tempo precioso estava sendo tirado de mim. A morte estava vindo mais cedo. Por um tempo eu fiquei acostumada com essa idéia de que um dia eu partiria pra sempre. Mas a vida estava jogando comigo colocando Pietro na minha frente e fazendo com que cada segundo fosse precioso de mais pra ser desperdiçado. Agora meu tempo tinha sido roubado.

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