12 de agosto de 2010

Doce pesadelo

Capitulo XVI- Tempo de sobra.


Eu e Gabriela ficamos na sala esperando Melanie acordar. Tentei mais de mil vezes ler sua mente e todas as tentativas em vão. Ela sabia no que pensar e no que não pensar perto de mim. Já eram 7:15 da manhã quando Melanie acordou, Gabriela subiu novamente pra avisá-la que eu estava aqui. Quando ela entrou no quarto, Melanie ainda não tinha saído da cama, dava pra saber que ela estava sentada encarando a janela. Gabriela bateu na porta e entrou.
- Oi.- Disse Gabriela de um modo carinhoso.
- Nem tente me fazer dormir de novo, já era pra eu estar acordada.- Respondeu ela, tive que rir do seu comentário.
- Não ia te fazer dormir, vim te perguntar se você dormiu bem.- Disse Gabriela chegando perto da cama e se sentando ao lado dela.
- Dormi, apesar de tudo e não tem como não dormir com você cantando pra mim isso não é justo.- As duas riram e eu também apesar de estar perdido naquela conversa.
- Acho melhor você se arrumar.- Disse Gabriela fazendo mistério.
- Por que o Diego e a tia Anita estão ai, Gabriela você prometeu que não ia chamá-los..- Disse Melanie irritada, mais logo Gabriela a cortou.
- E eu não chamei, quem disse que estou falando deles?- Gabriela estava lutando pra não rir.
- Então quem está ai?- Perguntou Melanie confusa.
- O nome Pietro te diz alguma coisa?- Gabriela estava se divertindo com aquela situação e eu ficando envergonhado.
- O que? Como assim, ele está aqui?- Perguntou Melanie quase tendo um colapso nervoso.
- Está, e chegou faz um tempo.- Não podia velas mas com certeza Gabriela estava com um sorriso de orelha a orelha no rosto.
- Ai , meu Deus você não..
- Calma, eu não disse nada de mais não se preocupe, vai logo se vestir garota o coitado esta esperando a horas.- Disse Gabriela, Melanie deu um pulo da cama e entrou em outro cômodo ouvi um balançar de cabides devia estar escolhendo uma roupa.
Gabriela saiu do quarto e desceu as escadas rindo e quando andava parecia estar dançando.
- Ela já vai descer.- Disse Gabriela.
- Você poderia ter sido menos misteriosa.- Disse um pouco envergonhado com a forma com que ela disse que eu estava aqui.
- E qual seria a graça?- Perguntou ela rindo.
Eu apenas virei o olho e balancei a cabeça, eu nunca me envergonhei com uma mulher mas com a Melanie era diferente, ela não era qualquer mulher.
- Gosta dela?- Perguntou Gabriela me pegando de surpresa.
- O que?- Disse tentando me fazer de desentendido.
- Nem vem com essa sabemos muito bem que você me ouviu, anda fala você gosta dela?- Já vi a quem Melanie tinha puxado, as duas eram autoritárias.
Tentei pensar em como dizer não, em como não dizer não mais também não dizer sim ou tentar encontrar a maneira correta de dizer sim sem aumentar as coisas. Só que a verdade é que eu gostava dela, talvez até á amasse. Não tinha mistérios ou dificuldade em entender o que eu sentia por ela. Se não fosse amor, o que mais eu estaria fazendo aqui?
- Gosto. - Foi a única coisa que eu disse, era um palavra pequena demais pra representar o que eu sentia por ela, mas por hora bastava.
Gabriela abriu um sorriso e disse:
- Eu sabia .- Convencida de que sempre esteve certa a nosso respeito.
Melanie saiu do quarto e desceu as escadas encarando o chão, ela estava simples mas ainda sim muito linda. Usava uma blusa de gola alta branca de mangas longas, calças Jens claras, botas de galochas marrons e rabo de cavalo com franjão de lado quase escondendo seu olho. Ela estava meio tímida afinal tentava esconder que sabia sobre vampiros quando justamente tinha uma família de vampiros e sua prima estava bem na minha frente.
- Quer dar uma volta?- Perguntou ela.
- Se quiser que eu saia é só dizer.- Disse Gabriela tentando fazer piada.
- Não, pode ficar Gabi eu estava querendo esticar as pernas mesmo.- Ela virou o rosto pra mim ainda esperando uma resposta.
- Claro.- Respondi, não consegui evitar e sorri pra ela e ela respondeu ao meu sorriso dando um tímido. Só faltava Gabriela dar pulinhos de alegria.
Saímos da casa dela e ficamos andando pela rua molhada, estava frio e tinha acabado de chover, Melanie rapidamente botou seu casaco marrom. Ficamos em silencio por um tempo e eu já não estava agüentando mais e finalmente resolvi quebrá-lo.
- Então vai admitir que estava se referindo a vampiros naquele dia com a minha família ou ainda vai fingir que era sobre o trabalho de matemática?- Perguntei tentando quebrar o gelo. Ela riu e respondeu:
- É eu estava falando sobre vampiros admito.
- Então por que mentiu?- Essa era a duvida cruel que todos da minha família se perguntavam.
- Eu não sei, fiquei com medo de que fizessem alguma coisa e eu estava sozinha o que piorava a situação.- Respondeu ela, ainda sim estava faltando alguma coisa, não era só por isso.
- Não deixaria ninguém te machucar.- Disse isso eu nunca ia deixar ninguém fazer. Ela ficou um pouco quieta e corou.
- Eu não devia ter feito aquilo sua família deve estar me odiando agora, principalmente a loira.
- Ninguém te odeia e a Rosalie estava merecendo uns foras. Agora, que você deixou todos mortos de curiosidade deixou.- Nós dois rimos. Seu cheiro ainda era tentador pra mim mas como Edward disse, aos poucos eu ia me acostumando.
- Você sempre morou com eles?- Perguntou ela.
- Não estou com eles a pouco tempo.- Respondi.
- Sabe não foi só vocês que ficaram curiosos não eu também fiquei.- Estranhei a pergunta, o que causou duvidas nela?
- Sério, com o que?
- O que a Reneesme e o Jacob são?- A, essa era a duvida, é me esqueci de que nem todos na minha família são vampiros.
- Jacob é um transmorfo e Nessie é uma semi-vampira.- Respondi
- E o que seria isso?- Perguntou ela ainda não entendendo
- Jake pode se transformar em um lobo enorme e Nessie é uma mistura de humana com vampiro, ela é filha de Bella e Edward, ele engravidou Bella ainda humana e quando a Nessie nasceu a Bella quase morreu e antes que isso acontecesse Edward a transformou.
- Nossa, nunca achei que isso fosse possível.- Disse ela espantada.
- Nem eu até alguns anos atrás.
- Por que você estava sozinha?- Essa foi a pergunta que fiz pra Gabriela e ela não quis me responder.
- Por que desde que meus pais morreram minha tia e meus primos me enchem de cuidados e esse ano eu quis experimentar a vida sozinha. – Respondeu ela.
- Sinto muito pelos seus pais.- Via que ela ainda sofria um pouco quando falava deles.Ela apenas deu um meio sorriso.
- Posso perguntar uma coisa?
- Pode.
- Como eles morreram?- Vi que ela ficou um pouco surpresa com a pergunta e um pouco incomodada, então resolvi deixá-la mais a vontade. – Não precisa responder se não quiser.
- Não está tudo bem,- Ela disse determinada a responder a minha pergunta.- Foi quando eu tinha sete anos, estávamos no carro e estava chovendo muito ai houve um deslizamento de terra que levou o carro morro abaixo, mas antes minha tia conseguiu me tirar de lá.- Quando ela terminou de falar ficamos em silencio.
- Tenho que me lembrar de agradecê-la imensamente quando nos encontrarmos.- Disse tentando amenizar o clima.
- Foi quando sua tia a salvou que você descobriu que ela era vampira?- Perguntei intrigado.
- Não, até os 11 eu não que vampiros era a palavra exata pra defini-los, eu desmaie quando minha tia me tirou de lá e quando acordei ela me disse que tinha sido um sonho, só que isso não saia da minha cabeça, eu sabia que tinha estado naquele acidente e que minha tia havia me salvado. Ela sempre me enrolava eu perguntava sobre o assunto, achei até que fossem super heróis.- Nos dois rimos com o que ela disse.- Só que teve um belo dia que eu estourei e dei um chilique exigindo que me falassem a verdade. Eu já era grandinha pra entender então eles resolveram me contar. No começo fiquei espantada mas depois eu achei bem legal, Amava quando eles me carregavam nas costas e corriam pela floresta e quando a Gabi e o Diego me mostraram seus dons eu gostei mais ainda. Eles ficaram espantados quando eu consegui identificar a verdadeira Gabriela dos seus clones ou quando eu consegui ver o Diego sendo que elas não. Morria de rir da cara deles.
- Como, o que o seu primo faz?- Perguntei curioso.
- Ele se camufla com o ambiente ficando meio que invisível. Só que eu consigo vê-lo, na verdade eu vejo mais uma luz em volta dele do que ele, e é a mesma coisa com a Gabi eu vejo uma luz em volta da verdadeira.- A família dela era bem talentosa.
- Sua tia tem algum dom?- Perguntei curioso afinal se todos tinham.
- Não, mas ela tem muito amor o coração, ela é do tipo de pessoa que daria a vida por quem ama.- Disse ela falando da tia com amor.
Ficamos andando mais um pouco em silencio e dessa vez ela que o quebrou.
- Não dói?- Perguntou ela, não entendi o que ela quis dizer.
- O que?
- Eu, meu cheiro, não te machuca mais?- Perguntou ela, como ela sabia que me machucava.
- Como você sabe?- Perguntei.
- Pela sua reação no dia em que nos vimos pela primeira vez, você reagiu igual ao meu primo quando estávamos passeando no shopping, uma loira passou do nosso lado e ele fez igual a você. Não a matou nós só fomos embora, mais ele disse depois que o cheiro dela era tentador demais e que machucava se ele ficasse perto e não a matasse. Não é mais tentador?- Continuo ela com a pergunta.
- Machuca ainda mas eu tipo que estou me acostumando aos poucos.- Não queria que ela soubesse disso mas por um lado foi melhor. Eu parei de caminhar e ela notou minha reação ficamos parados um de frente pro outro e eu resolvi perguntar de uma vez o que estava acontecendo.
- Do que você tem tanto medo, o que é que te preocupa tanto?
- Como assim eu não tenho medo.- Respondeu ela vacilante.
- Eu ouvi você falando com a sua prima ontem que estava com medo, medo de que?- Perguntei quase que exigindo uma resposta.
- Eu estava com medo de ficar sozinha era isso.- Respondeu ela gaguejando um pouco.
- Quer parar de mentir pra mim.- Disse encarando ela.
Ela olhou pra baixo, depois pra mim de novo, ela estava com os olhos cheios de lágrimas. Senti por ter sido rude com ela mas era a única maneira de descobrir a verdade. Ela chegou mais perto de mim até que ficamos com o rosto a poucos centímetros de distancia.
- Eu não posso. – Eu não resisti e a beijei, ela também queria o beijo. Começou com cuidado, não sabíamos até onde podíamos ir, seus lábios eram macios e quentes e procuravam os meus com urgência, eu precisava dela e ela de mim. Eu a abracei com cuidado e ela botou as mãos no meu cabelo pra que o beijo não acabasse. Seu cheiro ficou muito forte e eu tive que parar antes que eu não pudesse mais me controlar. Vi que ela estava respirando fundo, tinha me esquecido de que ela precisava de ar. Ainda estávamos abraçados olhando um para o outro. Aquele momento foi um dos mais felizes da minha existência, não tínhamos coragem de quebrá-lo com palavras o silencio estava perfeito. Ela encostou a cabeça no meu peito e eu beijei os seus cabelos.
Ela não iria me falar agora, mas eu era paciente, como Gabriela disse era só questão de tempo e isso eu tinha de sobra.

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