12 de agosto de 2010

Doce pesadelo

Capitulo XXX - Elena


- Não tenha medo criança, não vou machucar você.- Ela disse calma, voltando a fitar o piano, na minha cabeça vieram mil perguntas e eu não sabia por onde começar. Eu estava sonhando? Bom só podia pois a única coisa que me lembro são os braços de Pietro me envolvendo. Mesmo assim era tão real estar ali. Ali onde? Resolvi começar por está pergunta.
- Onde eu estou?- Perguntei olhando ao meu redor, o quarto onde ela estava, era muito parecido com o quarto em que eu me deparei, quando acordei neste lugar.
- Dentro de um avião provavelmente.- Ela disse despreocupada, me dando uma resposta vaga. Aquilo me irritou um pouco.
- Que lugar é este?- Bom, teria como ela me responder com alguma coisa vaga?
- Esse castelo pertenceu a família Fiorenza Muriaço, era uma das mais importantes na Itália na Década de 40. Fica em Roma.
- Por que eu estou aqui, o que essa família tem haver comigo?- Perguntei impaciente, estava cassada de joguinhos. Mesmo assim ele me respondeu paciente.
- Você vai saber de tudo minha criança. No tempo certo.- Ela voltou a me fitar, com um olhar terno. Me senti um pouco culpada por tratá-la com impaciência.- Por que você não se senta um pouco, não gosto de conversar com as pessoas em pé.- Ela apontou pra uma cadeira que estava perto dela, quase em frente. Me aproximei devagar sem encontrar outra opção como alternativa.
- Bom,- Comecei, incomodada com o silencio.- é meio frustrante, ficar as cegas em uma situação como esta, então porque você não me fala o que você tem pra falar, e ai agente quebra um pouco o gelo.- Falei de um modo bem casual. Quis mostrar que não gosto de rodeios sem ser mal educada- É meio injusto você saber o meu nome e eu não saber o seu.- Continuei.
-Desculpe, que indelicadeza a minha, meu nome é Elena.- Ela falou sorrindo.- Você é meio impetuosa não é Melanie? Isso é bom.- Ficamos mais um pouco em silencio, durante esse tempo não tirei os olhos de seu colar. As vezes olhava para seu rosto familiar, mas não sei de onde. Ela viu que eu olhava o seu colar e abaixou o rosto pra encará-lo também.
- É de família.- Ela disse, na mesma hora fiz uma cara interrogativa, aquele era o colar de Pietro não podia ser dela a menos que... Ela interrompeu meus pensamentos e falou -Todos os Muriaço tem um.
- O meu amigo- Não ia falar meu namorado pareceu não ser o correto no momento.- Ele tem um.- Disse tentando esconder um pouco da ansiedade na voz.
- Pietro.- Ela respondeu calma.- Sim eu sei.- Fiz uma cara de espanto na hora, como ela sabe dele, quem é essa mulher?- Ele é meu filho.- Ta agora bem que eu poderia acordar né? Acho que esse lance com os Volturi ta me deixando meio leza da cabeça porque até com o fantasma da minha sogra eu to sonhando. Bem que eu achei ela familiar de mais.
- Como assim ele é seu filho?- Perguntei saindo dos meus pensamentos malucos.- O que está acontecendo?Você está morta? Por que aparece pra mim e não pra ele?- Minhas perguntas tinham um tom de histeria na voz. Ela me interrompeu achando um pouco de graça na forma como eu falava.
- Sim eu morri, não é natural um humano viver mais de um século não acha? E bem que eu queria aparecer pra ele mas, ele não dorme.- Ela riu mais um pouco.- Porem o que eu tenho a falar não é mesmo pra ele é pra você.- Fiquei um pouco séria tentando assimilar as coisas, ela me deu um tempo pra me acostumar com a idéia depois continuou.- Proteja meu menino Melanie, ele corre perigo.- Meus nervos começaram a entrar em conflito, COMO ASSIM ELE CORRE PERIGO?!
-Como assim perigo, chega de falar assim, me explique de uma vez o que está acontecendo?-Pedi meia grossa mas o que eu podia fazer? Ela estava falando do amor da minha vida.
- Eu não posso falar,alem de não ter mais tempo,- Agora seus olhos eram suplicantes.- Por favor o proteja, me prometa isso.
- Eu prometo.- Isso com certeza eu podia fazer.- Mas por favor me diga como?- A implorei do mesmo modo.
- Não tenho tempo você já vai acordar. Sei que é confuso mas você precisa ir a Itália quando for a sua hora, precisa ficar com os Volturi, lá você vai descobrir.- Ela disse começando a ficar distante, reparei que estávamos nos separando.
- Não espera!- Comecei a gritar.
- Procure por Gianna...- Sua voz era distante, não a via mais. Logo em seguida acordei.
- Bom dia- Ouvi a voz mais linda do mundo me acordar com um beijo.
- Bom dia.- Respondi olhando em volta. Ainda estávamos no avião e o sol estava nascendo.- Já estamos chegando?- Perguntei.
- Já.- Ele disse passando a mão em meus cabelos. Voltei a me recostar em seu colo com o pensamento distante. Quem era Gianna? Aquilo tudo mesmo aconteceu? Meu Pietro estava em perigo? Eu só sabia que faria de tudo pra salvá-lo, mesmo que isso signifique me juntar aos Volturi.

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