19 de julho de 2010

Lua Vermelha.

Capitulo 4

O Amor é a poesia dos sentidos
ou é sublime, ou não existe
E quando existe, existe pra todo o sempre
e aumenta cada vez mais”


Pra sempre?

Acordei de manha cedo um pouco assustada, talvez por ter ficado com uma coisa na cabeça que nao deveria.
-Bom-dia - falei.
-Bom-dia - respondeu ele.
Billy ja estava tomando o café da manha, eu nao estava com muita fome, mais decidi acompanha-lo.
-Dormiu bem? - perguntou ele.
-Sim - falei.
-Seu pai ligou de novo - disse ele.
-O que ele queria?
-Só saber se voce estava bem.
-Ah, posso ligar pra ele? - perguntei.
-Claro - murmurou.
Peguei o telefone e disquei o numero de casa, minha mae atendeu o telefone no primeiro toque.
-Alo?
-Oi mae!
-Oi filha, como voce esta? - perguntou ela.
-Estou bem
-Que bom, estamos com saudades - disse ela.
-Eu também, Como estao as coisas por ai? - perguntei.
-Nada de novo.
-Hum - murmurei - mae eu vou desligar agora, a gente se ver mais tarde - falei.
-Tudo bem, ate mais tarde - disse ela e desligou o telefone.
Voltei pra mesa e terminei de tomar o meu café da manha, depois resolvi ir dar uma volta na praia, Billy ia sair e eu nao queria ficar em casa sem fazer nada.
O dia estava lindo, ensolarado, o que era raro por aqui, e eu estava cada vez mais anciosa pra encontrar Symon novamente, parecia que eu nao o via a muito tempo.
Meu coraçao disparou quando eu vi ele caminhando na areia, deixando que a agua molhasse seus pés descalços, enquanto ele vinha em minha direçao.
-Oi - ele falou sorrindo e me abraçando.
-Oi - murmurei.
-Tudo bem com voce? - perguntou ele se sentando na areia, eu me sentei ao lado dele.
-Mais ou menos - sussurrei encostando a cabeça em seu ombro, seu braço envolveu minha cintura puxando-me mais pra perto.
-O que houve? - ele quis saber.
Eu respirei fundo antes de começar a falar.
-Eu fiquei com a historia que meu avô contou ontem no penhasco na cabeça e me deixou um pouco preocupada - falei.
-Qual delas?
-Imprinting - suspirei.
-Eu ate hoje nao entendo porque isso acontece...
-Nao, nao isso - eu o interrompi - eu estou com... - hesitei - medo
-Com medo? Porque? - perguntou ele.
-Voce nao entende? - eu levantei a cabeça pra olhar em seus olhos, ele estava confuso - eu nao sei se posso ter isso por alguem e se eu tiver - eu estremeci - nao suportaria a ideia de magoar...
-Hey! calma - sussurrou ele - Nao precisa ter medo, se isso um dia acontecer - ele hesitou - eu vou ficar bem, nao se preocupe.
-Mais...
-Nao se preocupe, eu ja enfrentei varias dores, vou ficar bem se isso acontecer, eu prometo - ele tentou me tranquilizar.
-Eu nao queria perder voce - sussurrei, senti meus olhos se encherem de lagrimas pela verdade em minhas palavras.
Ele passou a mao em meu rosto levemente, limpando as lagrimas que escorreram.
-Eu nao vou te deixar, nunca, nao importa o que aconteça - ele prometeu.
-Obrigada - murmurei.
Ele aproximou mais seu rosto do meu e nossos labios se tocaram, em um movimento leve, mais intenso, ele me beijou apaixonadamente.
-Agora, eu nao quero que voce pense mais desse jeito - disse ele afastando um pouco seu rosto pra me olhar.
-Eu amo voce - sussurrei, era a primeira vez que eu dizia que amava ele.
-Eu também amo voce, muito - ele sussurrou também e me beijou novamente.
Seu beijo doce me fez esquecer de todas as coisas ruins e me mostrou que ele realmente me amava.
Uns minutos depois, do outro lado da floresta, um lobo uivou.
-Droga! - murmurou ele.
-O que foi? - perguntei.
-Eu tenho que ir agora, eles estao me chamando.
-Ja? mais voce acabou de chegar - falei.
-Parece mesmo, a hora passa voando quando estamos juntos - disse ele.
-Tudo bem - suspirei - te vejo amanha.
-Sim, na escola - ele falou sorrindo.
Ele me beijou mais uma vez e foi embora.
Não era sempre que Symon conseguia me fazer esquecer de todas coisas ruins em minha mente, bastava eu ficar longe dele que tudo voltava a tona.
Sempre que nós ficavamos juntos era como se o mundo ao nosso redor não existisse, era só eu e ele.
Depois que ele foi embora eu voltei pra casa pra arrumar minhas coisas.
Billy ainda não tinha voltado pra casa, entao eu teria um tempo sozinha pra pensar,o que eu não imaginava era que eu ia acabar pegando no sono.

Tudo estava escuro, fazia frio e também estava chovendo muito, eu estava toda molhada.
Symon estava de costas pra mim, eu não entendia nada, nem porque estavamos ali.
-Symon? O que esta acontecendo? - perguntei.
-Voce não vê? - perguntou ele ainda de costas.
-Nao, o que esta acontecendo? - perguntei novamente.
Ele se virou lentamente, sua expressao era de raiva e angustia.
-Nós não podemos ficar juntos – disse ele, sua voz era dura.
-Como nao? Voce disse...
-Esquece o que eu disse, voce não serve pra mim. - disse ele, aquelas palavras eram como golpes que eu estava levando.
-Nao! Não é verdade – falei lutando contra o que ele dizia, não podia ser verdade.
-Isabell ! Isabell ! - uma voz familiar me gritou, mais eu não dei ouvidos a ela.
-Symon – eu o chamei.
-Me esquece – murmurou ele indo embora.
-Isabell, Isabell, acorde! - a voz gritava ainda mais alto.

Meus olhos ficaram um pouco doloridos pela da claridade do dia quando eu os abri, eu estava assustada.
-Voce esta bem?
Olhei para cima e vi que eu estava no quarto de meu pai na casa de Billy.
-Mae? - perguntei meu grogue.
-Estou aqui – disse ela. - voce esta bem? -perguntou ela.
-Estou – murmurei
-O que aconteceu? - ela quis saber
-Tive um pesadelo - respondi
Ela esperou uns segundos ate que eu ficasse totalmente acordada.
-Seu pai esta la fora, vamos – falou ela.
Eu assenti. Nós fomos pra fora da casa, meu pai estava conversando com Billy.
Eu me despedi de Billy e entrei no carro, logo depois meus pais entraram também.
-O que aconteceu com ela? - perguntou meu pai quando ele começou a acelerar o carro.
-Ela teve um pesadelo – respondeu minha mae.
O caminho todo de volta pra casa eu não falei nada, fiquei pensando naquele sonho, ou melhor, pesadelo que tive naquela tarde.
Quando cheguei em casa fui direto para o meu quarto.
Peguei meu ipod, liguei e aumentei ele no volume maximo, coloquei meus fones no ouvido e tentei não pensar em nada.
A minha decisao já estava tomada, eu só não sabia se sobreviveria a ela.
Um pouco mais tarde naquele mesmo dia, minha mae veio ver se eu estava bem, ela tinha ficado preocupada comigo por eu ter ficado muito calada esta tarde.
-Eu estou bem - falei tentando tranquilizar ela.
-Nao tem nenhuma outra coisa que voce queria me contar? - perguntou ela.
As vezes parecia que ela podia ler minha mente como Edward fazia, ela me conhecia melhor do que ninguem.
-Nao, é serio, eu estou bem - disse.
-Tudo bem, vou deixar voce descansar agora - disse ela saindo quarto e fechando a porta.
Uns segundos depois meu telefone vibrou, ele estava em cima da mesa ao lado de minha cama, eu o peguei.
Alguem tinha mandado uma mensagem pra mim, cliquei e "abrir" pra ver de quem era.

"Estou com saudades,
eu te amo.
Symon"

Eu nao esperava receber uma mensagem dele aquela hora.
Eu nao sabia o que fazer, eu amava mais do que tudo; mais como nao magoa-lo?
Li a mensagem novamente e cliquei em "responder"

"Eu também estou com saudades,
mal posso esperar a hora pra te ver de novo
Eu te amo.
Isabell"

Cliquei em "enviar mensagem" depois desliguei o celular.
Eu nao queria ser perturbada por ninguem e nem queria pensar em nada.
Encostei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos, aquela seria uma noite longa.


(...)



Acordei na manha seguinte com a luz do dia que penetrava na janela do meu quarto fazendo-me abrir os olhos.
Levantei da cama sem nenhum entusiasmo, por mim eu ficava deitada ali o dia inteiro.
Tomei meu banho e fui ate a cozinha para tomar café da manha.
-Bom-dia - falei.
-Bom-dia filha - disse meu pai.
-Tudo bem? - perguntou minha mae.
Eu assenti.
-Preciso falar com voces - murmurei.
-Pode falar - incentivou minha mae.
-Eu quero ir embora - murmurei indo direto ao assunto.
-Como assim? - perguntou meu pai.
-Eu quero sair de Forks - expliquei.
-Porque? - perguntou minha mae.
Eles se olharam por uns instantes antes de eu começar a falar.
-Eu odeio esse lugar, nao me sinto bem aqui, mais se voces nao quiserem ir, eu vou entender, eu vou sozinha - eu disse.
-Nós nao vamos embora - disse meu pai.
-Tudo bem - falei balançando a cabeça - eu vou sozinha.
-E pra onde voce vai? - quis saber minha mae.
-Eu vou voltar pra casa, no Alasca.
-Voce nao vai ir embora - falou meu pai.
-Eu vou, e ninguem vai me impedir.
Eu fui para o meu quarto e minha mae me seguiu.
-Porque voce quer sair daqui? - ela quis saber.
-Porque eu não aguento mais esse lugar – falei.
-Isso pra mim não é motivo – disse ela
-Mais pra mim é e ninguem vai me impedir de ir embora – murmurei.
-Isso tudo é só porque voce quer ir embora, ou alguem tem alguma coisa a ver com isso? - perguntou.
-Ninguem tem nada a ver com isso – respondi friamente.
-Eu sei que tem mais alguma coisa que voce não quer me contar, mais seja la qual for, fugir não é a coisa certa a fazer – ela falou.
Eu não disse nada durante uns minutos, ela sabia que eu não ia desistir tao facil assim.
-Precisamos falar com os outros – disse ela se levantando da cama.
Eu assenti.
-Eu vou ate a escola.
-Fazer o que la? - perguntou ela.
-Eu... vou falar com a Sophia – disse
Ela assentiu.
Depois de alguns minutos, meus pais foram pra casa grande conversar com os outros, eu sabia que não ia ser facil deixar Forks, mais eu não podia mais ficar aqui, não sabendo que um dia eu podia magoar muito alguem.
Eu peguei a moto de meu pai na garagem e fui ate a escola, ela não era tao rapida quanto correr, mais eu estava nervosa demais pra me concentrar em algo.
Assim que cheguei na escola, olhei a hora, faltava apenas alguns minutos para bater o sinal da ultima aula, e resolvi esperar.
-Isabell ! - alguem gritou atras de mim, eu me virei para ver quem era, Sophia estava acenando para mim, eu fui ate ela.
-Oi Sophia – falei
-Oi – disse ela – senti sua falta hoje na aula.
-É... eu sai da escola.
-Saiu?Como assim? - ela quis saber.
-Eu vou me mudar, vou sair de Forks – murmurei.
Ela me olhou confusa por uns segundos, eu vi Symon passar pela porta da escola, ele me viu e sorriu levemente, eu fiz um sinal discretamente com a mao pedindo pra ele me esperar.
-Bom... eu vou sentir saudades suas.
-Eu também vou sentir saudades
-Quando voce vai? - perguntou ela.
-Amanha – respondi
Eu não sabia exatamente que dia nós iriamos partir, mais eu precisava dar uma resposta a ela.
-Bom, entao é isso – ela sorriu levemente e me abraçou – faça uma boa viagem
-Obrigada.
-Tchau – disse ela.
-Tchau – falei.
Eu terminei de me despedi de Sophia e fui falar com Symon que estava me esperando do outro lado do estacionamento, quase todos os alunos já tinham ido embora e ninguem ia nos ver juntos.
-Oi – disse ele vindo me abraçar.
-Oi.
-Ta tudo bem? - perguntou ele.
Eu assenti.
-Posso falar com voce?
-Claro.
Eu comecei a andar e ele me seguiu sem dizer nada.
Eu andei ate chegar o começo da trilha da floresta, Symon me seguiu, mais dava pra ver pela sua expressao que ele não estava entendendo nada.
-Qual é o problema? - perguntou.
-Nenhum – menti, eu não sabia como começar a falar.
-Porque voce não foi a escola?
-Porque... eu tive que resolver alguns problemas – falei.
-E conseguiu? - perguntou ele curioso.
Eu assenti.
-Entao porque voce esta assim? - ele quis saber.
-Nao é nada – eu disse abraçando ele, meus labios tocaram os dele delicadamente.
-Esta chorando? - perguntou ele quando olhou em meus olhos.
-Nao – murmurei limpando as lagrimas com as maos.
-Me conte o que esta acontecendo – pediu ele.
-Eu vou embora – sussurrei.
Ele me olhou durante um tempo pensando nas palavras que sairam de minha boca.
-Voce só pode estar brincando – bufou.
-E voce acha mesmo que eu brincaria com voce desse jeito?
Ele não disse nada durante uns segundos.
-Nao! – ele finalmente falou – eu não vou deixar voce ir embora.
-Ja esta tudo pronto – murmurei querendo negar tudo aquilo que eu dizia.
Aquilo parecia um pesadelo, a diferença era que eu não ia acordar dele nunca.
-Mais como... e a gente? - ele quis saber.
Eu fiz que “não” com a cabeça
-Mais voce disse que me amava – ele me olhava de um jeito triste.
-E eu amo, muito – disse entre as lagrimas que agora não paravam de escorrer por meu rosto.
-Mais não parece – falou ele friamente.
Como eu queria poder voltar no tempo e dizer que eu o amava e que nós iriamos ficar juntos.
Mais eu não podia.
-Eu tenho que ir agora – sussurrei saindo correndo dali.
A dor que e estava sentindo naquele momento era muito grande, ninguem podia fazer com que eu ficasse melhor. Eu sairia de Forks mais meu coraçao ficaria pra tras.


Narração Symon

Sentir tudo aquilo por alguem novamente, era maravilhoso, meu coraçao disparava toda vez que eu a via, como se não importasse mais ninguem.
-Oi – eu disse sorrindo a abraçando.
-Oi.
-Ta tudo bem? - perguntei estranhando o tom de sua voz, parecia triste.
-Posso falar com voce? - pediu ela.
-Claro
Ela começou a andar e eu a segui sem nada entender, estava acontecendo alguma coisa, só que eu não sabia o que era.
-Qual é o problema? - perguntei.
-Nenhum – murmurou ela, eu sabia que não era verdade
-Porque voce não foi pra escola?
-Porque... eu tive que resolver alguns problemas – disse ela hesitando.
-E conseguiu? - perguntei
Ela assentiu.
-Entao porque voce esta assim? - eu quis saber.
-Não é nada – murmurou ela me abraçando.
Seus labios tocaram nos meus e ela me beijou carinhosamente, era como um beijo de despedida.
Eu afastei um pouco meu rosto para olhar seus olhos e eles estavam cheios de lagrimas.
-Esta chorando?
-Não – murmurou ela limpando os olhos.
-Me conte o que esta acontecendo – pedi.
-Eu vou embora, vou sair de Forks – falou.
Eu a olhei por um tempo, tentando não acreditar no que ela havia acabado de dizer.
-Voce só pode estar brincando – bufei.
Aquilo não podia ser verdade.
-E voce acha que eu brincaria com voce desse jeito?
Eu não disse nada durante uns segundos.
-Nao! – murmurei – eu não vou deixar voce ir embora.
-Ja esta tudo pronto – disse ela.
-Mas como... e a gente? - eu precisava saber.
Ela fez que “não” com a cabeça.
-Mais voce disse que me amava – eu olhava pra ela tentando negar a mim mesmo que aquilo tudo estava acontecendo.
-E eu amo, muito – ela falou entre as lagrimas que escorriam por seu rosto.
-Mais não parece – eu disse friamente.
Eu não sabia o que fazer, nem mais o que falar.
-Eu tenho que ir agora – sussurrou ela se virando e saindo correndo dali.
O chão debaixo de meus pés parecia que tinha desaparecido e eu estava caindo num abismo sem fim.
Minha vida dali pra frente nunca mais seria a mesma, mais o que eu não sabia era se ela mudaria pra melhor ou pra pior...

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