7 de junho de 2010

Love of childhood

Capitulo 8


Como mandar no coração


Gui


Ficamos ainda por mais quatro meses na Rússia. Como se fosse uma prova final do meu alto controle, numa noite de quinta feira, enquanto caminhava pela floresta de São Petersburgo encontrei uma garota, sua aparência de mais ou menos dezessete anos, ela estava caída, com um pequeno corte na cabeça, de onde saia bastante sangue. Lutei comigo mesmo por um quarto de hora até que decidi que não deveria deixá-la ali morrendo, a peguei e a levei até o hospital da cidade. Quando cheguei em casa contei a Rose e ao Emm e então foi dada a palavra final, poderíamos voltar para casa.


Tentamos ir pelo meio mais prático, usando meu dom, porém levar ambos ao mesmo tempo acabava com minhas forças e eu me sentia estranho, como se o meu dom diminuísse e acabávamos viajando uma curta distância, então decidimos ir de avião e boa parte correndo. Na viagem de avião fiquei imaginando como estariam Ariel e Sarah, eles já tinham atingindo a idade na qual, segundo Carlisle, eles parariam de crescer.


- Chegamos. – Avisou Rose, dali em diante iríamos correndo, e quando nos aproximássemos de Forks iríamos parar para caçar, não queria correr o risco de por nenhum deles em perigo, apesar de que o cheiro do sangue de Nessie, Ariel e Sarah, pelo que eu me lembro, não é igual ao cheiro de sangue de um humano completo.


Apesar de estarmos correndo em uma altíssima velocidade, eu podia ver toda a beleza do lugar, os animais, as árvores altas, e quando o verde predominou o cenário percebi que tínhamos passado a divisa do Canadá.


- Vou caçar. – Avisei, parando abruptamente. Emmett e Rose também pararam e concordaram com a cabeça. – Continuem, eu não vou demorar e depois os encontro. – Eu já tele transportava sozinho por pequenas distâncias, e eu já podia controlar o meu destino, não era mais como no início, quando eu não sabia aonde iria parar.


- Esperamos você na campina antes do rio. – Rose falou antes de virarem e voltar a correr. Fechei meus olhos e puxei o ar, senti o cheiro de tudo em minha volta, concentrei-me e como em câmera lenta tudo foi diminuindo até somente um batimento forte tivesse minha atenção, o calor e o cheiro fizeram o veneno inundar minha boca, deixei o predador dentro de mim aflorar e, em questão de segundos, eu já estava diante de um enorme leão da montanha. Ele rugiu alto e um rosnado rasgou meu peito, estava com pressa, então não iria brincar com ele, pulei prendendo suas patas no chão e cravei meus dentes em sua jugular, senti o sangue fluir rápido pela minha garganta e logo eu o tinha drenado, como não fazia muito tempo que eu havia caçado, já me senti saciado.


Levantei-me e quando ia me teleportar, senti a presença de alguém, meu instinto gritou perigo e logo eu estava em um agachado ofensivo.


- Quem está ai? – Minha voz assobiou com o vento, o mesmo vento que me trouxe um cheiro conhecido de longa data, algo nem humano e nem vampiro. Detrás de uma árvore saiu uma linda garota, cabelos loiros, olhos azuis, ela avançou em uma velocidade nada humana até mim.


Enquanto ela se aproximava senti algo estranho dentro de mim, como se meu imutável corpo estivesse mudando, era como se meu peito se expandisse, sua beleza era inigualável, ela sorriu e senti meu frio corpo aquecer.


- Olá. – Ela disse com uma voz cantante. – Eu não quis interromper e nem atrapalhar. – Se justificou.


- Você não atrapalhou. – Respondi sorrindo pra ela.


- Você é nômade? – Meu sorriso aumentou.


- Não. Estou voltando pra casa... Você mora por perto?


- A poucos minutos daqui, também estava caçando. – Ouvi alguém gritando, porém estava longe o suficiente para que eu não entendesse o que gritava.


- Tenho que ir, estão procurando por mim. – Quando ela foi se virar eu segurei seu braço, eu não poderia deixá-la ir embora assim, meu peito doeu de uma forma estranha quando ela se virou pra sair.


- Espera. – Pedi. Mas esperar pra que, ela virou e me olhou, seus olhos eram como espelhos, eu podia ver sua alma por ele, dei um sorriso erguendo somente um canto da boca e sem saber ao certo o que estava fazendo, puxei seu braço a trazendo pra junto de mim, abaixei minha cabeça, olhando sempre dentro dos seus olhos, se ela esboçasse qualquer duvida eu me afastaria, porém ela erguei os pés, ajudando a acabar com a distância entre nós.


Quando nossos lábios se tocaram tudo se silenciou, o mundo girou a minha volta e então tudo explodiu dentro de mim, era como se meu corpo ganhasse vida novamente, movimentei meus lábios cuidadosamente, sentindo a maciez da sua pele e o gosto inebriante de sua boca. Não posso dizer ao certo quanto tempo nos beijamos, só sei que nunca tinha sentido algo assim na minha vida humana ou vampira. Separamo-nos ofegantes, olhei novamente dentro dos seus olhos, que brilhavam intensamente, e sorri.


- Mônica. – Ouvi alguém gritar.


- Tenho que ir. – Ela disse, correndo antes que eu pudesse protestar, por alguns minutos não fui capaz de me mover, meus lábios pulsavam e meu corpo inteiro tremia. Mônica, algo me dizia que já tinha ouvido esse nome. O toque do celular me trouxe de volta dos meus devaneios.


- Estou chegando. – Falei assim que atendi, desliguei o celular e me teletransportei pro local combinado.







***










- O que aconteceu? – Rosalie perguntou assim que me viu.


- Desculpem, me distrai.


- Brincando novamente com a comida Gui. – Rose ralhou, não quis desmenti-la.


- Vamos logo. – Emmett chamou, vendo meu medo Rose passou seu braço pelo meu e me deu um leve puxão. Pulamos o rio e logo estávamos no quintal dos Cullen, antes de sairmos da Rússia Rosalie havia ligado e avisado que estávamos voltando. Pela parede de vidro pude ver todos dentro da casa. Parei diante da porta e olhei para eles, uma emoção diferente no meu peito, dei um aceno com a cabeça e adentro a casa.


- Gui. – Angel e Bia gritaram juntas e pularam em meus braços, Angel, que era a única que podia, chorava fluidamente, Bia estava engasgada nas lágrimas mudas.


- Que saudade. – Falei olhando o rosto de ambas, dei um sorriso grande, era bom estar em casa novamente.


- Você está lindo. – Angel comentou.


- Um verdadeiro gato. – Bia completou, Emmett gargalhou e eu sabia que Rose o estava encarando com um olhar assassino. Depois de conseguir sair dos braços das minhas irmãs cumprimentei a todos e só então notei.


- Onde estão Ariel e Sarah?


- Tio Gui! – Eles gritaram juntos, soprano e contralto, ambos correram até mim e me abraçaram, eles estavam mais lindos do que eu imaginei.


- Onde estão meus sobrinhos? – Perguntei brincando.


- Bobo. – Sarah falou me dando um beijo no rosto, de repente ela se lembrou de algo e olhou para trás, segui o seu olhar quando ela apresentou.


- Está é a Mônica... Filha do tio Alec e da tia Bia.

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