7 de junho de 2010

Love of childhood

Capitulo 4

Primeiro beijo
Bia


Eu não sabia o que estava sentindo, estava feliz por saber que meu irmão ficaria conosco por toda eternidade, porém isso era o que eu queria pra ele? Era egoísmo querer tê-lo comigo, desejar para ele ser um ser como eu, mesmo ele não tendo controle de si mesmo.
- Agora não adianta mais pensar assim Bia. - Edward falou, e ele tinha razão. Alec veio até mim e me abraçou.
- Tudo vai dar certo. - Ele disse calmo. Um tempo depois fomos pra casa da Angel, teríamos que arrumar um quarto pra Mônica.
Os dias se passaram lentamente, Angel e eu sentíamos falta do nosso irmão, mas ainda era cedo pra ele voltar. Os dias se tornaram meses e depois anos.


Sarah


Já havia se passado um ano desde que o tio Gui salvou nossa vida, virou vampiro e foi embora, também fazia um ano que a Mônica veio morar com a tia Bia, ela tinha a nossa idade e crescia tão rápido quanto nós. Agora tínhamos a aparência de adolescentes de quinze anos, segundo meu bisavô, em dois anos ou menos atingiríamos a maturidade.
- Sarah! - Ariel chamou se aproximando, meu sorriso cresceu imediatamente. Ele sempre esteve comigo e eu sempre soube que nós tínhamos nascido um para o outro, porém agora eu sentia algo diferente por ele, como se o meu dia só começasse quando ele chegasse, e como se eu não pudesse deixar de sorrir quando ele sorria. – Desculpa a demora, a Mônica está naqueles dias.
Ariel falou revirando os olhos, sorri ao lembrar o quanto a Mônica ficava irritada às vezes, e o seu alvo era quase sempre o Ariel. Ariel acabou com a distância entre nós e me abraçou, seu abraço era quente e confortante. Ficamos abraçados em silencio.
- Posso te pedir uma coisa? - Ariel falou depois de um bom tempo.
- Claro.
- Me dá um beijo. - Eu sorri, estranhando o pedido. Virei meu rosto e beijei o sua bochecha.
- Desde quando você precisa pedir. Falei gargalhando, porém ele ficou sério. – O que foi?
- Não no rosto. - Meu sorriso foi sumindo aos poucos enquanto eu entendia o que ele queria.
- Ooonde?
- Na boca. - Ele falou em um sussurro. Meus olhos arregalaram.
- NÃO! - Gritei.
- Por quê? Você não quer?
- Não é isso, se o papai... - Ele me interrompeu.
- Ele não irá saber. - Ele falava próximo do meu ouvido, próximo demais. E ok, eu já imaginei várias vezes como seria beijá-lo.
- Por favor. - Ariel pediu beijando meu rosto, perigosamente próximo a minha boca.
- Ari... - O seu nome morreu quando ele roçou seus lábios nos meus.
- Eu não vou te beijar se você não deixar. Eu te amo Sarah e não vou fazer nada que você não queira.
Ele falou tudo isso com sua boca praticamente em cima da minha, e eu já nem me lembrava do que ele queria.
- O que?
- Te beijar, posso? - Engoli alto e olhei em seus olhos, tinha todo amor que ele sempre teve por mim, porém tinha algo mais, tinha desejo.
- Pode. - Eu não tinha forças pra resistir mais, então falei somente formando a palavra com a boca. E ele me beijou, era como se eu estivesse voando, nós não estávamos mais na floresta, seus lábios eram macios. Nem eu, nem ele sabíamos bem o que fazer, mas nossos instintos agiram sozinhos. Nossas bocas se encaixaram como encaixes perfeitos. Era como se dançássemos uma dança silenciosa e extremamente sensual. Ariel pediu passagem com sua língua e mesmo morrendo de medo de fazer algo errado e eu permiti. Seu gosto era inexplicável e seu cheiro estava me levando à loucura, as mãos de Ariel faziam carinho em meus braços e eu repousava as minhas em seu peito. Ele se afastou um pouco e deu um selinho em meus lábios, e outro e outro.
- Eu amo você.
- Eu amo mais.
Apesar de já ter visto vários beijos na TV, e também meus pais, tios e demais da família se beijando, eu nunca poderia imaginar como era, ou como eu me sentiria.
-Você está bem? - Ariel perguntou preocupado com meu silêncio.
- Mais que bem. - Falei mordendo o lábio inferior. Ele sorriu.
- Você gostou? - Ele perguntou olhando pras mãos e foi minha vez de sorrir.
- Gostar é pouco.
- Que bom, por que eu quero muito te beijar de novo. - Antes que eu falasse algo ele me beijou de novo e eu queria muito que ele continuasse.


***


- Acho melhor nós irmos embora. - Falei quando o crepúsculo chegou.
- Vem, eu te levo em casa. - Ariel se levantou e me deu a mão.
- Ariel acho melhor não contarmos pra ninguém.
- Ok, mas...
- Mas?
- Você vai... Nós vamos... - Eu gargalhei.
- Eu não poderia passar mais muito tempo sem te beijar. - Falei já entendendo o que ele queria saber. Ariel me levou até a minha casa e antes de chegarmos ele me deu mais beijo, tive medo de que minha boca estivesse inchada ou algo assim, que alguém notasse, mas ninguém percebeu nada.
Uma semana se passou e nossas tardes de caçadas mudaram, nós passávamos todas as nossas tardes namorando, às vezes Mônica ia junto, mas ela sempre saía pra nos dar privacidade, porém mesmo passando todas as tardes juntos, eu sentia a falta dele na hora de dormir. Nós tínhamos o costume de dormir juntos e depois que dormíamos tio Seth e tia Angel levavam o Ariel pra casa, porém eles andaram dizendo que o Ariel já estava bem grandinho pra ser carregado. Nós protestamos, mas nessa última semana o Ariel não quis arriscar.
- Amor, dorme lá em casa hoje?
- Tem certeza? - Ariel perguntou espantado.
- Claro, estou com saudade de dormir com você.
- Achei que você não quisesse.
- Eu? Não, eu achei que você não quisesse. - Ele sorriu me abraçando.
- Ei casal feliz, hora de voltarmos pra casa.
- Mônica, vamos dormir lá em casa?
- Vamos. - Fomos pra minha casa e de lá ligamos pra casa do Ariel e avisamos que ele e a Mônica dormiriam na mansão.
- Ariel, Ariel. - Sussurrei de forma que os muitos vampiros da família, e a Mônica que estava dormindo na cama do lado não ouvissem.
- Oi? - Ele sussurrou de volta.
- Deita comigo. - Ouvi o sussurro de sua risada e pouco depois senti seus braços me envolverem.
- Boa noite princesa, dorme com os anjos.
- Estou dormindo com um. - Disse brincando, virei-me e encostei nossos lábios, era pra ser um selinho, porém o selinho virou um beijão. Não me lembro de termos feito barulho, mas, do nada, a luz acendeu e na nossa frente apareceram um vampiro e um lobo irritado.
- O que significa isso? - Meu pai gritou, Mônica pulou na cama e logo depois todos da casa estavam no meu quarto, eu estava congelada e Ariel também, eu queria mandá-lo me soltar, porém eu não lembrava como falar. – Estou esperando uma resposta Sarah.
- Ei, calminha aí Jake. - Minha mãe falou dando um passo a frente.
- Calma? Ela é uma criança.
- Na verdade ela é pouco mais nova que eu quando nós dois começamos a namorar. - Minha mãe falou olhando séria para o meu pai, ele recuou um pouco, mas não desistiu.
- Não é disso que estamos falando, mas sim da nossa filha se agarrando com ele na cama. - Meu pai apontou pro Ariel e então ele se levantou, estiquei minha mão tentando o segurar.
- Desculpa tio Jake, eu sei que você está chateado e tudo, mas não tinha ninguém se agarrando aqui.
- Ah não é?
De repente a porta se abriu e o tio Seth e a tia Angel entraram.
- O que aconteceu? A Nessie não quis dizer nada pelo telefone. Seth perguntou ao entrar.
- Não se preocupem, não aconteceu nada demais. - Minha mãe falou os tranquilizando.
- Não aconteceu? Tem certeza Renesmee. - Meu pai estava ficando cada vez com mais raiva.
- Eu estou ficando preocupada Jake, o que aconteceu?
- Eu entrei aqui e peguei os dois se agarrando.
Percebi que o Ariel estava tremendo e temi que ele se transformasse ali, queria poder acalmá-lo, porém era melhor nem tentar, se não meu pai teria um ataque. Tia Angel relaxou imediatamente e eu achei que o tio Seth fosse explodir, de tão vermelho que ele ficou.
- Como é?
- Ah! Mais um. - Falei suspirando.
- Mais um Sarah, mais um?
- Chega Jake. - Quem falou foi minha mãe. E viva a mamãe!
- Esse assunto não acaba aqui. – Meu pai avisou saindo do quarto.
- Anda Ariel. – Tio Seth falou.
- Pai?
- Em casa conversamos Ariel. - Tio Seth se virou e saiu do quarto, tia Angel deu a mão ao Ariel e eles saíram juntos, Mônica fez menção de se levantar, porém eu implorei com os olhos pra que ela ficasse e ela ficou. Depois que eles saíram eu chorei, Mônica veio até mim e me abraçou, enquanto eu soluçava e molhava todo seu pijama.
- Não fica assim, tudo vai se resolver. – Mônica tentava me consolar.
- Não vejo como.
- Depois você conversa com seu pai. – Ela sugeriu.
- Não. – Disse emburrada e cruzando os braços. E eu não iria falar com ele, se ele quisesse que me procurasse e pedisse desculpa.
No outro dia minha mãe me procurou.
- Posso falar com você?
- Pode sim. – Minha voz estava rouca devido ao choro de quase toda a noite. – Ela veio até mim e se sentou ao meu lado.
- Seu pai exagerou ontem, porem vocês dois não deviam ter feito o que fizeram.
- O que nós fizemos mamãe? Nos beijamos? Eu o amo, ele me ama. Todos sabem muito bem disso. Sem contar que temos o imprinting mútuo, quanto tempo mais vocês acham que isso iria demorar? – Minha mãe me olhou por algum tempo em silêncio, e eu já esperava por um sermão.
- Você está certa.
- Estou? – Ela havia me pego desprevenida.
- Sim querida você está, nós todos já esperávamos, e nem podemos dizer que isso é uma novidade, tendo a mim como exemplo, nós já devíamos esperar por isso. – As palavras da minha mãe acabaram com todas as minhas defesas, ela me abraçou e pediu pra que eu desse o braço a torcer e falasse com meu pai. Porém o meu orgulho não deixou.
Os últimos três dias eu passei dentro do quarto, a única coisa que eu queria era ver o Ariel, mas isso eu sei que não me deixariam fazer. Eu já tinha chorado todas as lágrimas que eu tinha e me sentia muito triste, não tinha ânimo pra mais nada. Sentia minha garganta arder, eu estava com sede, era pra Mônica, eu e o Ariel irmos caçar ontem, e mesmo minha vó Bella me chamando, tia Aly fazendo chantagem e minha mãe implorando, eu não quis ir sem ele.
- Filha tem certeza que não quer ir caçar conosco, o papai disse que você está com sede.
- Não obrigada. – Disse ríspida, me arrependendo em seguida. – Desculpa mamãe, mas não quero mesmo ir.
- Tudo bem, seu pai também não vai, se você precisar de alguma coisa é só chamá-lo. – A fuzilei com o olhar e ela saiu em seguida.
Do meu quarto eu ouvia meu pai se arrastar de um lado para o outro na sala, fazendo mais zoeira do que ele faria. Eu odiava ficar sem falar com ele, eu o amava mais que tudo, e foi pensando nisso que eu percebi o quanto eu sentia a sua falta. Depois de pensar e ponderar um pouco mais, tomei minha decisão. Levantei e fui a sua direção.
- Pai? – O chamei entrando, ele me olhou espantado e em um nano segundo ele estava me abraçando. Senti lágrimas quentes em meu ombro.
- Minha princesa me perdoa, eu não devia... – O interrompi.
- Não precisa se desculpar, eu só queria que você me entendesse. Eu cresci papai, mas eu vou ser sua garotinha enquanto eu viver.
- Eu percebi isso. – Meu pai se sentou e me colocou em seu colo, eu não me lembrava de estar cansada, porém eu logo adormeci.

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