2 de junho de 2010

Eternamente Jovem

Capítulo 5
Eu lancei Leah para o chão com facilidade antes de que ela sequer tivesse a chance de se transformar. Ela afundou as unhas nos meus ombros, lançando-me por cima de sua cabeça. Nós duas caímos em pé ao mesmo tempo. Eu dei um passo para trás enquanto seu corpo inteiro começava a se convulsionar. Eu dei a volta e a chutei antes que ela tivesse a chance de novo de se transformar. Ela voou de costas batendo num carvalho gigante e o partindo no meio.

“Alguém faça elas pararem!”, eu ouvi Charlie gritar da clareira. Mas eu estava concentrada demais para prestar atenção em qualquer outra pessoa.

“Vamos lá, Leah! Eu sei que você estava louca pra fazer isso já por algum tempo!”,eu disse me aproximando dela. Ela ainda estava no chão, segurando a parte de trás de sua cabeça. Antes que eu pudesse piscar ela estava em pé, ela se transformou enquanto avançava em mim. Ela chocou-se comigo com o topo de sua cabeça. Eu voei para trás, mas reconquistei meu equilíbrio antes de aterrissar suavemente em pé.

“Isso é o melhor que você pode fazer?”, perguntei com meus braços abertos. Ela avançou em mim mais uma vez, mas eu abri a boca rosnando. Eu deixei meus instintos me dominarem completamente, me preparando para sentir o gosto do sangue do lobo na minha frente.

“Não, Bella! Não!”, eu ouvi uma voz vindo detrás de mim. A voz se aproximou, mas era tarde demais, e meus dentes afundaram-se em…algo que não era peludo.

“AHH BELLA!”. A voz veio de Edward. Eu soltei o que quer que estivesse na minha boca, mas antes que eu percebesse o que era eu senti uma dor aguda no meu lado. Eu estava voando pelos ares. Aterrissei em um arbusto, sendo rebatida para fora dele antes de atingir o solo.

“Jacob! Você tinha que fazer isso com tanta força?!”, eu ouvi Edward gritando enquanto eu me levantava e me recompunha da queda.

“Bella, você está bem?”, perguntou Edward, aproximando-se mais lentamente que o normal. Suas mãos estavam estendidas à sua frente, prontas para me pegar se eu tentasse disparar desviando dele.

Eu engasguei, olhando para o seu braço esquerdo. Eu o segurei em minhas mãos, olhando mais de perto. “Era você!”, eu gritei quando percebi que eu o havia mordido. “Está doendo? Edward, eu sinto muito…”

“Bella, eu estou bem. Só arde um pouco.” Edward deu de ombros, mas eu podia ver o desapontamento em seus olhos. Eu baixei meu olhar para meus sapatos, evitando-o.

“Como está Leah?”, perguntei, sem nem cogitar levantar o olhar.

“Ela vai ficar bem.” Sua voz estava fria. “Bella, você está ciente de que seu pai assistiu tudo?”

Eu fechei meus olhos, desejando ter sido capaz de controlar minha raiva.

“Eu acho que você devia pedir desculpas para ela”.

“Eu?!”, eu gritei, levantando a cabeça com tudo para olhar para ele. Por que eu deveria? Ela que começou.

“Sim, por favor, Bella.”

“Não. ”, eu disse, desviando-o da minha frente enquanto passava. Ele me deixou ir, sem me seguir. Eu lancei um olhar para Jacob e Leah, de canto de olho. Ambos ainda estavam em sua forma de lobo.

“Bella…”, começou Charlie, enquanto eu caminhava para a varanda.

Eu levantei minha mão para interrompê-lo. “Me deixe em paz.” Eu caminhei para dentro da casa, batendo a porta do meu quarto. Insatisfeita por não ter quebrado nada. Eu pulei da porta até minha cama, aterrissando nela de bruços. Se eu pudesse chorar, estaria soluçando.

“Bella? Hum…posso…entrar?”, gaguejou Charlie, batendo fracamente. Quando eu não respondi, ele entrou mesmo assim. “Você pode explicar o que fez?”, ele perguntou. Eu senti a cama se mover, então sabia que ele havia se sentado perto de mim. Ainda com a cabeça quente eu também me sentei sem pensar no que queria dizer.

“Leah e Seth são lobisomens como Jacob, como você acabou de ver. E eu sou um vampiro, assim como Edward. Vampiros e lobisomens não se misturam. E você vai se casar com a mãe de dois deles!”, eu disse rápido demais para eu mesma sequer tentar me deter.

“Você é o quê?”, Charlie gritou, levantando-se. “Isso é impossível! O que ele enfiou na sua cabeça?! Chega, você vai pra casa comigo.” Charlie agarrou meu braço, mas eu o puxei para longe.

“Edward não está colocando coisas na minha cabeça, Charlie. Sente minha pele? É fria, e olha aqui.” Eu peguei sua mão e a coloquei onde meu coração deveria estar batendo. Ele deixou a mão ali, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. Ele segurou minha mão e procurou pela minha pulsação, e a deixou cair quando não conseguiu achar nenhuma.

“Você devia estar…morta”. Charlie sussurrou, recuando para longe de mim. “Você não tem batimentos,” ele engasgou, deixando as lágrimas caírem.

“Eu estou aqui, pai. Eu tive que me transformar em alguém como Edward quando Renesmee nasceu. Eu não tive escolha.”

“Nessie”. Ele sussurrou, olhando para a porta fechada.

“Eu a concebi enquanto ainda era humana, ela é meio-humana e meio-vampira,” eu disse, curvando a cabeça. “O coração dela bate. Mais rápido do que o de um humano normal, mas bate.”

“Você vai…”, começou Charlie, mas eu o interrompi, sabendo o que ele iria dizer.

“Eu nunca vou te machucar, pai, e nem Edward,” eu lhe assegurei, levantando-me e caminhando na sua direção.

“Então, espere…”, começou Charlie, soando confuso e aborrecido ao mesmo tempo. “Eu tive um vampiro em minha casa por todos esses anos?”. Seus olhos arregalaram-se para mim.

“OH, você não faz ideia, pai”, eu disse virando meus olhos e tentando segurar um sorriso.

“Não, eu quero ver a mamãe!”, ouvi Renesmee chorando no corredor.

“Nessie, não! Deixe ela e o vovô conversarem.” A voz de Edward soava dura.

“NÃO!”, ela gritou antes de empurrar a porta. Ela parou por um instante antes de disparar pelo quarto, e jogar-se em meus braços. Ela levantou as mãos tocando meu rosto, mostrando-me visões de minha briga com Leah.

“Eu sinto muito.” Eu disse, beijando o topo de sua cabeça. Fechei meus olhos apertadamente, sabendo que eu também iria ter que explicar isso para Charlie, mas eu não tinha certeza do quão mais ele poderia suportar. Eu tentei lhe explicar sobre nossos poderes, mas foi mais fácil deixar que Renesmee lhe mostrasse. Ele sentou pacientemente enquanto ela lhe mostrava visões de tudo que ela podia se lembrar desde o dia que ela nasceu. Quando ela terminou, ela descansou a cabeça no ombro dele. Ele a abraçou apertado, encarando a parede na sua frente.

“Você está ok?”, perguntei, tocando seu ombro.

“Melhor do que eu pensava.” Ele hesitou por um momento antes de continuar. “A Sue sabe?”, ele perguntou depois de alguns momentos.

“Sim”.

“O resto dos Cullens?”

“O mesmo que Edward e eu, ” eu deixei a cabeça cair, envergonhada. “Eu sinto muito que você teve que descobrir. Eu queria te poupar de tudo isso.”

“Eu estou meio que feliz, Bells. Agora eu sei a verdade.” Ele se virou na cama de forma que agora estávamos frente a frente. “Você estava mesmo doente quando voltou da sua lua-de-mel?”

“Mais ou menos… Quando eu descobri que estava, hmm…grávida”, eu hesitei na palavra, me dando conta de que esta era a primeira vez em que eu havia realmente dito para o meu pai que eu estava grávida, “obviamente não era uma gravidez normal, e me deixou realmente doente. Eu não queria que você me visse daquele jeito. Principalmente porque ela estava crescendo numa velocidade inacreditável.” Eu sorri, tocando a bochecha de Renesmee. Ela estava se agarrando a cada palavra que eu dizia, dado que todas estas informações eram novas para ela. Nós nunca havíamos falado sobre a minha gravidez perto dela.

“Entendi, mas e se você não tivesse…”. Charlie se interrompeu, apertando seu abraço em Renesmee, não querendo assustá-la com o que ele iria dizer.

Eu apenas balancei a cabeça. “Nós já tínhamos um plano; Edward iria me transformar assim que Renesmee tivesse saído a salvo.” Eu não pude evitar encará-lo, esperando que ele fosse sair correndo e gritando pela casa. E depois ri de mim mesma, pois devia ter sido exatamente assim que Edward se sentiu quando me contou a verdade a seu respeito.

“Você não está assustado?”, perguntei, após alguns momentos de silêncio.

Ele olhou para mim, dando uma risada. “Isabella, você é e sempre será minha filha. Eu faria qualquer coisa por você. Mesmo que isso signifique amá-la como… bem… como você é.” Ele hesitou. Eu acenei com a cabeça uma vez, assegurando-lhe. Ele me deu um meio-sorriso, baixando os olhos para Renesmee. “Eu teria feito a mesma coisa se estivesse no seu lugar. Não existe nada que um pai não faria para proteger seu filho.”

“Você não faz idéia”, eu ri, deixando o clima mais leve.

“Bells, eu não sei exatamente o que está acontecendo entre você e Leah, mas ela vai passar a ser parte desta família.”

Eu me encolhi ao ouvir suas palavras. “Eu sei, e eu sinto muito por ter agido daquela forma. Leah e eu resolveremos as coisas entre nós. Eu prometo.” Eu sabia que tinha que fazer isso pelo meu pai. Era o mínimo que eu podia fazer, com ele sendo tão calmo a respeito de tudo isso.

Quando nós caminhamos para fora da sala, todos estavam amontoados no corredor estreito, obviamente escutando. Edward e Jacob eram os que estavam mais próximos da porta do quarto, com Seth logo atrás. Sue estava com Claire no colo. “Onde está Quil?”, perguntei, tentando procurar no meio de todos.

“Lá fora com Leah,” Edward disse, tentando ver dentro dos meus olhos.

“Está tudo bem.” Eu lhe assegurei, tocando sua bochecha.

by: Isabell Clair

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