7 de junho de 2010

Love Of Childhood

Capitulo 13

Missão

Ariel

Ficar sem a Sarah era mil vezes pior do que eu imaginava. Cada dia meu coração parecia doer mais e eu já não sabia o que fazer para tentar disfarçar.
- Tudo ok? – Tio Gui perguntou vindo até onde eu estava. Ele também andava cabisbaixo nos últimos dias.
- Na verdade não. – Falei deixando transparecer toda minha tristeza, eu precisava desabafar com alguém e sabia que ele saberia me ouvir.
- Tá sentindo a falta dela, não é? – Meu tio perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Muita, às vezes parece que nem consigo respirar.
- Te entendo. – As palavras dele eram tão verdadeiras que me fez imaginar se ele já tinha amado alguém.
- Entende? – Perguntei somente, se ele não quisesse falar eu não insistiria. Ele me olhou intensamente por alguns minutos e então falou.
- Eu encontrei uma garota linda. A mais especial que eu já vi, mas... – Ele olhou para o chão de repente mais triste que nunca.
- Mas?
- Mas era impossível. – Ele parou novamente e dessa vez não parecia que iria continuar.
- Tio se não quiser contar eu entendo.
- Não é que eu não queira, é que é complicado. – De repente algo começou a fazer sentido, mas seria muita loucura.
- Tio... – Comecei hesitantemente, mas parei com medo de ofendê-lo.
- Sim? – Ele perguntou despercebido.
- Você... Você. – Ele olhou no meu rosto e sorriu torto me encorajando. – Você se apaixonou pela Mônica? – Era loucura, eu sei, mas era algo impossível de certo modo. Depois de um bom tempo me olhando ele afirmou com a cabeça e eu finalmente entendi o motivo da Mônica ir embora.
- Por minha culpa ela foi embora. – Tio Gui falou como se tivesse ouvido meus pensamentos. Eu pude então imaginar como ele estava se sentindo todo esse tempo, além da dor de não estar com ela ele também se sentia culpado por sua partida. – Vamos mudar de assunto. – Ele pediu em um sussurro, segui seu olhar e vi a tia Bia se aproximar de nós.
- Como estão os homens da minha vida? – Ela perguntou com um sorriso, beijou o tio Gui e depois a mim. Ela era tão pequenininha que parecia uma criança, na verdade ela era quase uma criança quando foi transformada, graças ao seu imenso dom.
- Bem. – Respondemos meu tio e eu juntos, ela gargalhou.
- Vocês acham que me enganam? – Ela perguntou e eu revirei os olhos. – Tudo vai dar certo, mas eu vou sentir a falta de vocês.
- Como? – Perguntei sem entender. Tio Gui foi mais rápido que eu, ele a olhou, incrédulo.
- Você sabe. – Ele a acusou.
- Como eu disse à Mônica, eu não sei o que aconteceu, mas sei o que acontecerá.
- E você... – Ela o interrompeu.
- Eu acho que a única coisa pela qual se vale a pena lutar é o amor. – Ela olhou intensamente dentro dos olhos do tio Gui e por fim ele sorriu. Ela saiu e o tio Gui ficou calado, até que eu não aguentei e perguntei.
- O que você vai fazer? – Ele sorriu.
- O que nós vamos fazer.

Mônica

Renata resolveu levar o nosso grupo todo na missão, então saímos no mesmo dia, à noite: Sarah, Zê, Mabel, Jaque, Rafael, Luiz, Nando, Renata e eu pra França. Zê rastreou os vampiros rebeldes e nos disse que eles estavam em Lyon. Todos estavam concentrados, então corremos em silêncio.
Minha mente rodava por vários assuntos, eu tinha medo que algum dos meus amigos pudesse se machucar por minha causa, mas eu tinha que acreditar que tudo daria certo.
- Renata qual a capacidade do seu escudo? – Sarah perguntou.
- O bastante pra nos proteger. – Ela falou enquanto piscava para a Sarah. Senti uma onda de tranquilidade e lembrei-me do tio Jasper, ele seria útil aqui.
Quando chegamos aos arredores de Lyon, a tensão aumentou e o fato de ser dia ainda nos fez parar e esperar. Os meios humanos, ou seja, Sarah e eu nos alimentamos de comida também e descansamos um pouco. Nós adentramos a cidade assim que anoiteceu, ela era belíssima.
Não demorou muito pra encontramos um rastro fresco e menos tempo ainda pra percebemos o que eles estavam fazendo. Em uma rua nem um pouco deserta havia dois vampiros com uma humana, vários pedestres passavam e os olhavam, eles ainda estavam somente conversando e a seduzindo. Mas a conversa estava ficando visivelmente perigosa, não demorou muito e um deles segurou a garota pelas costas e a mordeu, um homem com uma menina que passavam pela rua gritaram e correram, o outro vampiro foi atrás deles e logo os pegou.
Meu sangue ferveu e antes que eu raciocinasse eu estava eletrocutando o homem que tinha pegado o pai e a menina, seus olhos rodearam o lugar e cravaram em nós, o outro homem percebendo seu olhar nos olhou também, eles largaram suas presas e vieram atrás de nós, percebi que o Luiz foi pro lado das vítimas e por um momento temi pela vida deles, afinal ele não era vegetariano como Sarah e eu.
Não deu tempo pra ver o que estava acontecendo, os dois vampiros vieram até nós e logo mais dois vampiros, um homem e uma mulher se juntaram a eles. Pude ver o alcance do escudo da Renata quando eles não puderam se aproximar de nenhum de nós.
- Não viemos aqui pra lutar. – Renata falou com a voz calma. – Vocês estão desrespeitando as nossas leis e nós viemos aqui pra trazer um aviso dos nossos líderes. – Eles nos olharam com desdém e logo sorriram.
- Nós temos nossos próprios líderes. – Percebi logo que isso não seria fácil.
- Olha... – Renata tentou falar, mas foi interrompida por um vento forte que ultrapassou o escudo e nos jogou longe, cada um pra um canto. Mabel se levantou rápido e falou.
- Não haverá luta, voltem e avisem aos seus mestres que não haverá outro aviso. – Os olhos deles deslocaram e no instante seguinte eles se afastaram. Eu a olhei boquiaberta e então percebi que não sabia qual era o seu dom.

Sarah


Todos os vampiros obedeceram o que a Mabel falou e eu logo percebi qual era o seu dom.
- Incrível. – Falei.
- Onde está o Luiz? – Mônica perguntou, eu também estava curiosa sobre isso.
- Estou aqui. – Luiz falou se aproximando de nós. Percebendo nossos olhares curiosos Zê esclareceu.
- O Luiz tem o dom de trocar memória.
- E foi o que eu fiz. – Luiz completou. – Nenhum dos humanos lembrará nada. - Só então percebi o quão poderosos eles eram.
A volta pra casa foi completamente diferente da nossa viagem de ida, apesar da nossa missão não ter sido tão boa quanto esperávamos, nós havíamos alcançado êxito na nossa tarefa. Mônica e eu perguntamos sobre os dons dos nossos amigos e eles detalharam cada um dos seus dons, que era cada um melhor que o outro. Nando estava super falante e sempre ao meu lado, percebi o olhar de todos para nós, mas decidi ignorar.
Quando nos aproximamos de Volterra senti algo diferente e ansiosa pra chegar logo. Não entendi direito até chegarmos ao castelo e ter a melhor surpresa de toda a minha vida.

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